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Falta segurança nos cemitérios do Rio
ANDRÉ FELIPE LIMA
free-lance para a Folha
A falta de segurança nos cemitérios do Rio de Janeiro e a precariedade na conservação são os principais problemas do sistema funerário municipal, controlado pela
Santa Casa de Misericórdia desde
o final do século passado.
Esta é a opinião do diretor jurídico da própria instituição filantrópica, Cândido de Oliveira Bisneto. A Santa Casa administra 13
dos 14 cemitérios da cidade, cujos
terrenos pertencem à prefeitura.
O coordenador da Comissão
Municipal de Serviços Funerários,
Walter Amorim, também reconhece a existência de problemas,
mas alega que cabe exclusivamente ao administrador prover segurança e limpeza dos cemitérios.
"A segurança é mesmo um problema difícil e nem mesmo a
Guarda Municipal conseguiria resolvê-lo", afirma Amorim. Ele
disse que o monopólio da Santa
Casa terminará em 2004, quando
haverá um processo de concessão
para novos gestores.
As dificuldades, contudo, não
terminam na falta de segurança e
de limpeza. A ação cada vez mais
intensa de falsos agentes funerários, que agem indiscriminadamente em capelas, hospitais e no
próprio Instituto Médico Legal,
tem sido um transtorno para a
Santa Casa.
O diretor da Santa Casa descartou também a existência de venda
casada de túmulos, flores, urnas e
serviços de manutenção nos cemitérios administrados pela instituição. No Rio de Janeiro, afirma,
inexiste este modelo de gestão,
que em outros estados chega a ser
obrigatório. "Cabe à família do
proprietário do jazigo cuidar da
manutenção de seu patrimônio",
descreve Oliveira Bisneto.
Diferentemente da Santa Casa, o
Grupo Jardim da Saudade oferece
não só serviço de segurança e de
limpeza em seu cemitério no bairro da Sulacap, zona norte, como
mantém diversos serviços, como
enfermaria e restaurantes.
Mesmo sendo concorrentes diretas, o diretor do grupo, Gibran
Bezerra, lembrou de uma parceria
realizada com a Santa Casa há cinco anos que teria culminado num
prejuízo de US$ 300 mil.
"Administramos o cemitério
São João Batista, na zona sul, por
alguns meses e não conseguimos
um bom resultado. Os traficantes
agem livremente, colocando drogas nos vasos de flores para que os
usuários as identifiquem pelos números dos jazigos onde estão os
vasos", disse.
Bezerra diz que o o Jardim da
Saudade encomendou uma pesquisa de mercado, na qual constatou-se que 95% dos entrevistados
aprovam os tipos de serviços oferecidos.
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