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INFÂNCIA
Covas promete construir 44 centros para infratores, mas prefeitos querem hospital e escola como compensação
Prefeituras fazem exigências ao Estado para receber novas unidades da Febem
Matuiti Mayezo/Folha Imagem
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O governador Mário Covas se reúne com representantes da Justiça, da Assembléia e do Ministério Público para discutir a Febem |
OTÁVIO CABRAL
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
O governador Mário Covas
(PSDB) anunciou ontem quais cidades irão receber as 44 novas
unidades descentralizadas da Febem. Mas, ao saber que as cidades
que administram passarão a abrigar menores infratores, prefeitos
passaram a fazer exigências ao governo do Estado.
A exigência unânime entre os 18
municípios já definidos como sedes de unidades é que elas abriguem apenas menores da região.
Segundo o governador, não deve
haver problemas, pois o plano
prevê a regionalização.
Alguns prefeitos vão além e pedem obras como "moeda de troca". É o caso de Bauru, que quer
um hospital, e de Marília, que
quer uma escola profissionalizante. Araçatuba e Botucatu também
pretendem fazer exigências, mas
não decidiram quais.
O anúncio do plano de descentralização da Febem foi feito na
manhã de ontem pelo governador
durante encontro com representantes do Ministério Público, do
Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa.
A proposta de Covas prevê a extinção da Unidade de Atendimento Inicial, no Brás (centro de SP),
que faz a triagem de todos os menores detidos no Estado. Em seu
lugar, serão criadas 14 núcleos de
atendimento regionalizados. Outra promessa é construir 30 unidades regionais, com capacidade
para abrigar no máximo 72 menores infratores (leia abaixo os
detalhes do plano).
Para definir as cidades, Covas
não levou em conta a opinião de
políticos e moradores. Algumas
cidades, como Bauru e Marília,
haviam feito leis proibindo a entrada da Febem. "A resistência vai
continuar existindo, mas é preciso vencê-la mostrando que o projeto é bom para os menores da região", declarou.
Mas alguns prefeitos, mesmo
conhecendo o projeto, continuaram resistindo. Nílson Costa
(PPS), prefeito de Bauru, recusa a
Febem em um conjunto habitacional, como propõe o Estado. Se
não tiver saída, quer como compensação a conclusão da obra do
hospital regional.
Exigência semelhante faz Abelardo Camarinha (PMDB), de
Marília. "Vou pedir a construção
de uma escola profissionalizante.
Já que arquei com o ônus, é justo
receber algum bônus", declarou.
O prefeito do Guarujá, Maurici
Mariano (PTB), afirmou que irá
lutar até o fim contra a Febem,
sem aceitar compensações.
Essa política de compensação
foi adotada pelo Estado, na primeira gestão de Covas, quando
ele também construiu hospitais
em troca de levar presídios para
as cidades.
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