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Juíza manda reaplicar Enem a quem quiser
Justiça Federal determina que sejam reaplicadas provas a todos os que se sentiram lesados por falhas no exame
Houve problema no cabeçalho de todos os cartões de respostas do 1º dia; MEC diz em nota que recorrerá da decisão
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
Nova decisão da Justiça
Federal do Ceará determinou
ontem que sejam reaplicadas
provas para todos os participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010
que se sentiram prejudicados
pelas falhas nas provas.
A liminar atinge não só
quem recebeu provas com erro de impressão, mas também quem teve dificuldades
por conta do cabeçalho invertido no cartão de resposta, erro que atingiu todos os
3,3 milhões de participantes
do primeiro dia do exame.
A Justiça determina que os
interessados deverão fazer
pedido prévio no site do Inep
(responsável pelo Enem).
A decisão liminar é da juíza federal Karla de Almeida
Miranda Maia, da 7ª Vara Federal, que já havia determinado a suspensão do Enem
na semana passada. O Ministério da Educação conseguiu
derrubar a suspensão logo
depois, recorrendo à segunda instância.
Novamente, a juíza acatou
pedido do Ministério Público
Federal do Ceará, que alegou
que há tratamento "discriminatório" do MEC com parte
dos alunos.
Em nota, o MEC informou
que vai recorrer da decisão,
pois já adotou todas as providências necessárias para permitir aos alunos eventualmente prejudicados a possibilidade de fazer nova prova.
Questionada, a pasta não
informa em que medida a nova liminar prejudica seu projeto de reaplicar o exame, em
dezembro, apenas a alunos
que receberam exemplares
com erro de impressão e não
conseguiram substituí-lo.
Após a primeira decisão,
no dia seguinte ao exame, estudantes realizaram uma série de protestos contra o MEC
pelos erros do Enem.
Para o procurador Oscar
Costa Filho, que defende que
todos os alunos que tiveram
problemas no exame possam
fazer a nova prova, "o MEC
assumiu o erro" nas provas,
"mas não quer assumir as
consequências".
"PROBLEMAS TÓPICOS"
Em audiência ontem na
Câmara dos Deputados, o ministro Fernando Haddad afirmou que os alunos que receberam exemplares com erro
de impressão estão concentrados nos Estados do Paraná
e de Santa Catarina. Há casos
também no Rio Grande do
Sul e em Sergipe.
O MEC está mapeando
quais precisarão de nova prova. Segundo Haddad, a pasta
trabalha com uma dimensão
de 0,1% do total de 3,3 milhões de candidatos.
Ele também disse que o
Enem sempre teve "problemas tópicos". "Ele é muito
grande. Em todas as edições,
há problemas tópicos."
FOLHA.com
Leia a íntegra da decisão
da Justiça sobre o Enem
folha.com.br/sa832113
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