São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Zelador afirma ter assassinado ex-ministro do TSE por "medo"

Alves nega, porém, que ele e amigo tenham dado 73 facadas

DE BRASÍLIA

O ex-zelador Leonardo Campos Alves, 44, disse ter matado o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) José Guilherme Villela, 73, a mulher dele Maria Carvalho, 69, e a empregada Francisca da Silva, 58, por "medo de ser reconhecido".
Alves, que trabalhou 15 anos no prédio onde morava a família, foi apresentado ontem pela Polícia Civil do Distrito Federal, que o prendeu em Minas Gerais.
Ele contou que entrou no apartamento do casal com um comparsa, Paulo Cardoso, "somente para roubar".
Essa é a terceira versão apresentada pela polícia desde o assassinato, em agosto do ano passado. A polícia admite que cometeu falhas durante a apuração e o Ministério Público reclamou de não ter acompanhado a última etapa da investigação.
A polícia admite que há lacunas no relato de Alves.
Ele afirmou que deixou a porta aberta após o crime, mas a perícia diz que estava trancada. Alves disse ainda que usou duas facas da cozinha para matar as vítimas e que as deixou perto dos corpos. A polícia até hoje não localizou a arma do crime.
Além disso, Alves nega que ele e o amigo tenham dado as 73 facadas que a perícia identificou nos corpos. "Creio que foi mais gente lá, pela quantidade de facadas desferidas. Não foi feito esse volume de facadas por nós."
O ex-zelador disse que a filha do casal, Adriana Villela, até então a principal suspeita do crime, não tinha boa relação com os pais. Afirmou ainda que já viu a neta Carolina Villela-que encontrou os corpos- bater na avó.
A defesa de Adriana e Carolina nega. "Não tem fundamento. Carolina era o xodó dos avós", disse o advogado Rodrigo Alencastro.
Alves disse que ele e o amigo agiram sozinhos. Por volta das 19h, eles entraram no prédio por uma porta que estava aberta e esperaram no sexto andar pela chegada da família. O primeiro a aparecer foi José Guilherme, atacado quando abria a porta.
Em seguida, Maria Carvalho entrou e foi rendida, oferecendo joias, dinheiro e cheques. "O que ela deu, a gente aceitou", disse, contando que levou cerca de R$ 10 mil em joias e US$ 27 mil. Mesmo assim ela foi assassinada.
Na saída, segundo Alves, os dois encontraram Francisca e a mataram perto da porta do apartamento.


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