São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Tráfico começa a priorizar países europeus

TARSO ARAUJO
DE SÃO PAULO

A quadrilha presa pela Operação Deserto atuava na rota que mais cresce do mercado global de drogas ilícitas, o de cocaína boliviana para o mercado europeu.
Na última década, ela vem substituindo a importância econômica da conexão para os EUA. Enquanto o valor do mercado europeu de cocaína cresceu 142% entre 2000 e 2009, segundo o Escritório de Drogas e Crime das Nações Unidas, o americano diminuiu. Com a desvalorização do dólar desde a crise global de 2008, o valor atual dos dois é quase o mesmo, na casa de US$ 35 bilhões.
Ao mesmo tempo, o consumo nos EUA caiu e o da Comunidade Europeia dobrou (de 0,6% para 1,2% da população, entre 1998 e 2008).
O grama de cocaína pura sai, em média, por US$ 27 nos EUA e US$ 60 na Europa, segundo a estimativa mais recente da ONU.
Essa é a justificativa econômica para que até colombianos, como os dois líderes da quadrilha presa pela PF, venham investir na conexão Bolívia-Europa. A outra são as facilidades logísticas.
A droga saída de lá para o mercado do euro passa pelo Brasil, com seus 3.400 mil quilômetros de fronteiras, a maior parte deles na Amazônia, onde a fiscalização é difícil devido ao acesso.
Em território nacional, por meio de traficantes locais, a droga geralmente sai de MT ou MS para SP e Rio.


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