São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Villa-Lobos ficará 30 dias sem aluguel de bicicleta

Governo ordena saída imediata de barracas de bikes e comida do parque

Donos contestam licitação, vencida por 2 empresas, para explorar pontos de comércio que serão construídos

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Os usuários do parque Villa-Lobos (zona oeste) deverão ficar cerca de 30 dias sem poder alugar bicicletas e patins ou comprar comida nas barracas em frente ao local.
A partir de hoje, a área será interditada para a construção de novos pontos de comércio, mais organizados e mais higiênicos, segundo o governo de São Paulo.
Esse "desabastecimento" de um dos parques mais importantes da cidade, com média de 300 mil usuários ao mês, é o ápice de um litígio entre empresários e o governo por conta da concorrência para a exploração comercial.
O grupo derrotado no certame reclama, inclusive na Justiça, dos critérios utilizados pela administração para a escolha das empresas.
O governo nega irregularidade. Diz que todos os preceitos legais foram respeitados e que o procedimento aprovado pelo setor jurídico.
Na semana passada, o governo disse à Folha que tentaria um "comum acordo" com empresários justamente para evitar que o público fosse afetado. A intenção era levar as tendas para outra parte enquanto o espaço principal fosse reformado.
As empresas que perderam a concorrência resistiam à mudança porque, após a reforma, seriam obrigadas a sair do local definitivamente.
Ontem, porém, após fracasso na tentativa de acordo, o governo determinou a saída imediata de todos. "Queríamos ficar até domingo, até por respeito aos nossos clientes", afirmou o empresário Wagner de França Guedes.
Conforme ele, as relações azedaram de vez porque, à tarde, eles protocolaram uma representação na Secretaria do Meio Ambiente questionando a licitação. Apontam um suposto conluio entre as duas vencedoras.
O governo, segundo ele, disse que preferia enfrentar o desgaste do "desabastecimento" a continuar com as tentativas de acordo.
O governo não explicou os motivos para essa mudança. Informou, apenas, que o departamento jurídico analisou ser irregular a ocupação em outra parte do parque.
Hoje, funcionam no local cerca de 15 empresas. Ficarão apenas duas delas.
Uma venceu os seis lotes de bicicleta e patins; outra, os 12 lotes para venda de alimentos, bebidas e souvenires. Venceu a disputa quem ofereceu, com a documentação em dia, o maior lance de "aluguel" pelas barracas. Juntas, as empresas pagarão R$ 6,2 milhões por 30 meses.


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