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GUARULHOS
Assessor da Câmara que denunciou vereadores receberá proteção policial
Testemunha é ameaçada de morte
da Reportagem Local
Uma das principais testemunhas de acusação de irregularidades cometidas por vereadores e
pelo prefeito de Guarulhos (Grande São Paulo) sofreu ameaças de
morte e, por isso, irá passar a receber proteção policial.
Sérgio Luís Deboni, que foi diretor-técnico da Câmara nos últimos 20 anos, entregou ao Ministério Público fitas gravadas no gabinete do vereador Fausto Martello (PPB), no ano passado, quando ele era presidente da Casa.
Em uma das gravações, o vereador Sebastião Bispo Alemão
(PSDB) conta a Martello que o ex-prefeito da cidade Néfi Tales
(PDT) cobrava 50% de pedágio
nos pagamentos feitos à empresa
Dos Arroios Construtora, responsável por obras na cidade.
Martello, em seguida, reclama
que Tales teria se recusado a pagar pedágio a sua empresa, a Paupedra, que também fazia obras
em Guarulhos. Alemão, então,
responde que a Dos Arroios oferecia 50% do contrato ao prefeito,
enquanto que a Paupedra dava
"apenas 20%".
Após divulgar a fita, Deboni deixou a cidade. Anteontem, ele voltou e encontrou ameaças de morte em sua secretária eletrônica.
Em uma das mensagens, um homem ameaça: "Aí, não adianta ficar se escondendo, não. Nós vamos te achar, seu pilantra!".
Temendo por sua segurança,
Deboni procurou o promotor Nadim Mazloun, que prometeu providenciar a proteção policial.
Além de Deboni, outras três testemunhas de acusação devem passar a receber proteção.
"É uma testemunha indispensável que está correndo risco de vida. Temos que garantir toda a segurança possível", afirmou o promotor Fábio Bechara.
Na tarde de ontem, o promotor
se reuniu com o procurador-geral
de Justiça do Estado, Luiz Antonio Marrey, para discutir os detalhes do esquema de segurança.
Em seu depoimento no Ministério Público, Deboni afirmou que
Martello fez as gravações porque
acreditava que outros vereadores
estavam tentando armar um plano para tirá-lo da presidência da
Câmara. Ele instalou a câmera e
filmou as conversas com vereadores, com o objetivo de chantageá-los caso o golpe se consumasse.
Deboni acusou Martello e Tales
de receberem R$ 1 milhão para
aprovar uma lei que beneficiou
postos de gasolina. Tales negou e
disse que irá processá-lo. Martello
não foi encontrado.
(OC e CG)
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