São Paulo, Sábado, 18 de Dezembro de 1999


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JUSTIÇA
Governo cria grupo de investigação
Covas apura culpados por Escola Base

OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local

O governador Mário Covas (PSDB) criou um grupo de trabalho para apurar quais foram os funcionários públicos que tiveram responsabilidade na divulgação das falsas acusações contra os donos da Escola Base.
Com isso, Covas pretende cobrar dos responsáveis parte do valor que o Estado terá de pagar como indenização por danos morais e materiais aos donos da escola. Apenas por danos morais, o governo deverá pagar R$ 400 mil, que serão divididos igualmente entre os três proprietários e um perueiro que trabalhava no local.
Um funcionário público, o delegado de polícia Edélcio Lemos, que presidiu o inquérito, já foi responsabilizado pela Justiça e condenado a pagar R$ 10 mil de indenização a três vítimas.
Outro objetivo da comissão é calcular os danos materiais de cada uma das vítimas. O grupo será coordenado pelo procurador-geral do Estado, Márcio Sotelo Felippe, e terá a participação de outros três procuradores.
O caso da Escola Base ocorreu em 94. Baseado em depoimentos de crianças e de pais de alunos, o delegado Edélcio Lemos acusou os donos da escola de abusar sexualmente de alunos.
Um casal de pais foi preso e donos e funcionários da escola, que funcionava na Aclimação (região central de SP), foram indiciados.
Um mês depois, investigações mostraram que as acusações eram falsas. Mesmo assim, a escola e as casas dos acusados foram destruídas e os envolvidos nunca mais puderam voltar a trabalhar com educação.
No decreto publicado no "Diário Oficial", Covas justifica a decisão argumentando que "por ato de agente estatal, pessoas inocentes foram expostas como culpadas por ato que não cometeram, sofrendo com isso graves violações em seu direito à honra, à imagem, à integridade moral e ao patrimônio".
Com a decisão, Covas cumpre decisão judicial. Há duas semanas, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o Estado a indenizar três envolvidos. O governador decidiu não recorrer. Ao invés disso, estendeu a indenização a outra proprietária da escola -que não havia entrado na Justiça- e criou o grupo de trabalho.


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