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CLIMA
Pista teve 300 m de interdição; houve falta de energia elétrica e desabamentos
Chuva interdita trecho da marginal
MELISSA DINIZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Queda de árvores, falta de energia elétrica, 42 pontos alagados,
vários desabamentos e um bloqueio de 300 metros nos dois sentidos da marginal Tietê foram as
principais consequências da chuva que atingiu São Paulo no final
de semana. Segundo o Inmet
(Instituto Nacional de Meteorologia), entre anteontem e ontem foram registrados 68,2 milímetros
em volume de precipitação.
De acordo com o CGE (Centro
de Gerenciamento de Emergências), 29 dos 42 pontos de alagamento registrados no fim-de-semana ocorreram no domingo.
O caso mais crítico foi a interdição da pista expressa da marginal
Tietê sob a ponte Aricanduva. O
fechamento ocorreu na noite de
anteontem e foi mantido até a tarde de ontem. Um lado da pista no
sentido Lapa-Penha foi liberado
no início da noite de ontem,
quando o nível do rio já havia baixado pouco mais de um metro.
Outros 19 pontos ficaram intransitáveis, 8 deles também na
marginal Tietê. Fora da marginal,
alagaram locais como o viaduto
Washington Luís, av. Nicolas
Boer, ponte Bernardo Goldfarb e
a av. Magalhães de Castro, na altura do acesso à USP.
Em Aricanduva, as pistas vizinhas à marginal ficaram cobertas
de lama e de lixo, principalmente
garrafas plásticas, devido ao
transbordamento do rio. Josué
Barbosa, que fez plantão durante
a madrugada de ontem num posto de gasolina na avenida Aricanduva, disse que a água começou a
subir por volta das 23h de anteontem e continuou subindo até as 3h
de ontem.
Ele contou que seis carros passaram a noite no posto por não
conseguirem atravessar a avenida, inclusive uma família com um
bebê. "A gente avisa o pessoal que
aqui enche de água, mas ninguém
acredita. Pensam que a gente quer
que eles vão embora", disse.
Apesar de o posto funcionar como abrigo na época das chuvas,
Barbosa disse que foi surpreendido pela enxurrada. "A gente já fica
esperando em janeiro e fevereiro.
Mas neste ano a chuva começou
mais cedo."
Na Vila Madalena (região sudoeste), uma casa desabou na esquina das ruas Harmonia e Wisard. A casa, que estava interditada pela Justiça, abrigava a Elétrica
Rica. Segundo o gerente do estacionamento vizinho, que se identificou somente como José Carlos,
a chuva apenas antecipou o desabamento, pois a construção era
antiga e o telhado estava tomado
de cupins.
A dona da casa mora no Guarujá, mas ele não soube informar
seu nome ou telefone porque o escritório estava fechado. Um Gol,
placas CBA-4464, foi atingido por
destroços do desmoronamento.
Até a tarde de ontem, o dono não
havia tirado o carro do local.
Guaianazes
Segundo a Defesa Civil Estadual, o bairro mais atingido por
desabamentos no dia de ontem
foi Guaianazes (zona leste), onde
foram registradas quatro ocorrências. Algumas pessoas ficaram
ilhadas na região durante a madrugada de ontem. No bairro de
Cangaíba, também na zona leste,
um barraco desabou e outros 15
ficaram em estado de atenção por
conta dos deslizamentos. No Tremembé (zona norte), uma casa
caiu e três ficaram na iminência
de desabamento, segundo os
bombeiros.
De acordo com a Eletropaulo,
pelo menos nove bairros ficaram
sem energia na madrugada de ontem. A ocorrência mais grave foi
registrada no Parque do Jabaquara (zona sul), onde um cabo rompeu deixando alguns trechos do
bairro sem iluminação por seis
horas. Durante o dia, a região da
avenida Paulista (centro) ficou
sem energia por 25 minutos.
Na tarde de ontem, um engavetamento envolvendo dois ônibus
e três carros deixou 12 pessoas levemente feridas na rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao
Rio de Janeiro.
A chuva foi a causa provável do
acidente. Ainda na Dutra, um acidente na madrugada de ontem
matou duas pessoas. O carro derrapou na pista molhada e caiu em
uma ribanceira.
Colaborou Flávia de Leon, da Reportagem Local
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