São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2000

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Escolha de coordenador é malvista

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O "processo" de escolha do coordenador do programa de Aids da equipe de Marta Suplicy provocou certo mal-estar pelos corredores da Conferência Nacional de Saúde, em Brasília. Ao indicar o médico Fábio Mesquita como coordenador do programa, o futuro secretário da Saúde do município, Eduardo Jorge, não teria seguido o ritual esperado pelos militantes da Aids.
"Não somos contra o nome do Fábio, somos contra o processo de escolha, que não ouviu o fórum de ONGs-Aids", diz José Araújo, do GIV, Grupo de Incentivo à Vida, de São Paulo.
Mário Scheffer, do Grupo Pela Vidda, de São Paulo, diz que São Paulo, que concentra um quarto da epidemia do país, "não pode se limitar a ser uma filial" do Programa Nacional de Aids. Mesquita, que coordenou o primeiro programa municipal de Aids, em Santos, ainda em 1989, estava agora na Coordenação Nacional.

Segundo escalão
A equipe de Eduardo Jorge diz que as discussões sobre o programa -que acabaram desenhando o perfil do futuro coordenador- foram feitas no Instituto Florestan Fernandes, sempre abertas a todos os interessados. Nas suas falas, Eduardo Jorge lembrou vários vezes que a prioridade era "apagar o incêndio do PAS (Plano de Atendimento à Saúde)", deixando para depois as negociações sobre os programas específicos.
A escolha do segundo nível da nova equipe de saúde deve provocar outros conflitos. Ainda faltam nomes para cargos estratégicos, como os da saúde mental, saúde da mulher e do trabalhador. Representantes dessas três áreas já fizeram chegar ao futuro secretário a intenção de serem ouvidos.
Animados com as discussões de corredores da Conferência Nacional, alguns representantes dos sindicatos e dos grupos de mulheres falavam em "exigência de participação", não em "pedido de participação". "Nós elegemos o governo de São Paulo, temos que ser ouvidos", dizia um deles.
O delicado processo de divisão de poderes e incumbência de funções, praticamente já resolvido no nível de secretários, chega agora ao segundo escalão da administração Marta. (AB)


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