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Escolha de coordenador é malvista
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O "processo" de escolha do
coordenador do programa de
Aids da equipe de Marta Suplicy
provocou certo mal-estar pelos
corredores da Conferência Nacional de Saúde, em Brasília. Ao indicar o médico Fábio Mesquita como coordenador do programa, o
futuro secretário da Saúde do município, Eduardo Jorge, não teria
seguido o ritual esperado pelos
militantes da Aids.
"Não somos contra o nome do
Fábio, somos contra o processo
de escolha, que não ouviu o fórum de ONGs-Aids", diz José
Araújo, do GIV, Grupo de Incentivo à Vida, de São Paulo.
Mário Scheffer, do Grupo Pela
Vidda, de São Paulo, diz que São
Paulo, que concentra um quarto
da epidemia do país, "não pode se
limitar a ser uma filial" do Programa Nacional de Aids. Mesquita,
que coordenou o primeiro programa municipal de Aids, em
Santos, ainda em 1989, estava agora na Coordenação Nacional.
Segundo escalão
A equipe de Eduardo Jorge diz
que as discussões sobre o programa -que acabaram desenhando
o perfil do futuro coordenador-
foram feitas no Instituto Florestan Fernandes, sempre abertas a
todos os interessados. Nas suas
falas, Eduardo Jorge lembrou vários vezes que a prioridade era
"apagar o incêndio do PAS (Plano
de Atendimento à Saúde)", deixando para depois as negociações
sobre os programas específicos.
A escolha do segundo nível da
nova equipe de saúde deve provocar outros conflitos. Ainda faltam
nomes para cargos estratégicos,
como os da saúde mental, saúde
da mulher e do trabalhador. Representantes dessas três áreas já
fizeram chegar ao futuro secretário a intenção de serem ouvidos.
Animados com as discussões de
corredores da Conferência Nacional, alguns representantes dos
sindicatos e dos grupos de mulheres falavam em "exigência de participação", não em "pedido de
participação". "Nós elegemos o
governo de São Paulo, temos que
ser ouvidos", dizia um deles.
O delicado processo de divisão
de poderes e incumbência de funções, praticamente já resolvido no
nível de secretários, chega agora
ao segundo escalão da administração Marta.
(AB)
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