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Meninos treinam sem exame médico
DA REPORTAGEM LOCAL
"O médico passou aqui só no
começo do ano. Depois não veio
mais. Mas muitos meninos entraram depois disso", disse Ademar
Pantera, que jogou na seleção brasileira nos anos 60 e é responsável,
com Odirlei (ex-Ponte Preta), pela escolinha na Vila Zatti (zona
noroeste).
Pantera e Odirlei comandam,
segundo eles, quase mil crianças e
adolescentes, mas dizem não ter
idéia de quem passou ou não por
exame médico.
"Além dos riscos cardiorrespiratórios, as crianças podem sofrer
danos nas articulações, nos joelhos e até comprometer o crescimento, com exercícios errados ou
em excesso", disse o primeiro-secretário do Cref (Conselho Regional de Educação Física), Sérgio
Luiz de Souza Vieira.
"Faltam médicos mesmo. Mas,
se ficarmos esperando a estrutura
perfeita, nunca vamos fazer nada.
Temos que nos virar com o que
temos", disse o secretário municipal de Esportes, Fausto Camunha.
A escolinha de Parada de Taipas
(zona noroeste) tem apenas um
campo e quatro pequenas salas
em tijolo sem reboco usadas como vestiário.
Até sexta-feira, Taipas estava
sem professor. Um funcionário
cuida do local e dos treinos.
"Ele faz nossa ficha e pergunta
quem tem problema de saúde",
disse J.J.S., 12, um dos alunos.
A.S.Q., 10, afirmou não se lembrar
de ninguém que tivesse dito que
tem problema neste ano.
"Há o risco de pegar um menino desnutrido e esgotar as reservas de energia dele", disse Vieira.
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