São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2000

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Meninos treinam sem exame médico

DA REPORTAGEM LOCAL

"O médico passou aqui só no começo do ano. Depois não veio mais. Mas muitos meninos entraram depois disso", disse Ademar Pantera, que jogou na seleção brasileira nos anos 60 e é responsável, com Odirlei (ex-Ponte Preta), pela escolinha na Vila Zatti (zona noroeste).
Pantera e Odirlei comandam, segundo eles, quase mil crianças e adolescentes, mas dizem não ter idéia de quem passou ou não por exame médico.
"Além dos riscos cardiorrespiratórios, as crianças podem sofrer danos nas articulações, nos joelhos e até comprometer o crescimento, com exercícios errados ou em excesso", disse o primeiro-secretário do Cref (Conselho Regional de Educação Física), Sérgio Luiz de Souza Vieira.
"Faltam médicos mesmo. Mas, se ficarmos esperando a estrutura perfeita, nunca vamos fazer nada. Temos que nos virar com o que temos", disse o secretário municipal de Esportes, Fausto Camunha.
A escolinha de Parada de Taipas (zona noroeste) tem apenas um campo e quatro pequenas salas em tijolo sem reboco usadas como vestiário.
Até sexta-feira, Taipas estava sem professor. Um funcionário cuida do local e dos treinos.
"Ele faz nossa ficha e pergunta quem tem problema de saúde", disse J.J.S., 12, um dos alunos. A.S.Q., 10, afirmou não se lembrar de ninguém que tivesse dito que tem problema neste ano.
"Há o risco de pegar um menino desnutrido e esgotar as reservas de energia dele", disse Vieira.


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