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Especialistas defendem proposta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois especialistas ouvidos pela
Folha aprovaram a idéia do secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, de
promover um encontro para elaborar um novo inquérito policial.
Houve críticas, porém, sobre a
mudança constitucional em relação às polícias, por não ser acompanhada de cobranças sobre a estrutura dos órgãos.
"O inquérito policial é uma peça
obsoleta. É uma obstrução burocrática à investigação. Foi criado
por causa de dificuldades existentes em 1941. Hoje essas dificuldades não existem mais", disse José
Vicente da Silva Filho, ocupante
da cadeira de Corrêa no fim do
governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002).
Segundo Fernando Sala, sociólogo e pesquisador do Núcleo de
Estudos da Violência da USP
(Universidade de São Paulo), o
encontro deveria ser utilizado para uma discussão mais ampla sobre o trabalho policial. "O inquérito malconduzido pode ter consequências sérias. Não há um debate sobre todas as imperfeições
com que os inquéritos estão sendo feitos hoje", afirmou.
A mudança na Constituição, eliminando a obrigação de os Estados manterem uma Polícia Militar e outra Civil, o pesquisador
considera uma "boa iniciativa",
mas sem consequências práticas.
Sala diz que a chance de unificação é remota com uma emenda.
"Com o quadro que a gente tem
hoje, não vai avançar. É preciso
desmontar o corporativismo. Deve haver um convencimento para
que as polícias sejam permeáveis
ao debate público", afirmou.
"O que o pessoal está fazendo é
melhorar a dirigibilidade da carroça. Não se consegue evolução
dos Estados sem padronização de
procedimentos", disse Silva Filho.
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