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Mulher morre, e família diz que farmácia negou remédio por R$ 10
Drogaria se recusou a vender bomba para asma, dizem familiares da vítima
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
A família da estudante universitária e recepcionista Viviane Barbosa, 29, morta na semana passada após sofrer uma
crise de asma, diz que uma farmácia de Salvador se recusou a
vender um produto que seria
levado a ela porque faltavam R$
10 para a compra -uma "bombinha" usada por quem sofre de
asma brônquica.
Sem o produto, afirma a família, ela teve de ser levada ao
hospital e morreu em seguida.
O Ministério Público da Bahia está investigando o caso e
marcou para amanhã uma audiência com familiares.
Soraia Brito Barbosa, 46, mãe
de Viviane, conta que a filha,
que tinha asma brônquica, passou mal na noite da última
quarta-feira e foi levada pelo
padrasto, Renê Borges Moreira, até a farmácia mais próxima.
"Na correria, ele saiu sem
muito dinheiro na carteira. A
minha filha ficou no carro, estava quase desmaiada, e ele pediu para a atendente vender para ele, mostrou documentos,
disse que era urgente. Ela disse
que não queria documentos e
que, se ele quisesse levar o remédio, tinha que pagar", diz.
Ainda segundo ela, Viviane
morreu, já no hospital, meia
hora após o padrasto chegar à
farmácia. Ela era estudante de
pedagogia e mãe de dois filhos.
A mãe de Viviane diz não ter
intenção de fazer queixa-crime
na polícia. "A justiça é só Deus
quem faz", afirma. Já as irmãs
de Viviane querem processar o
estabelecimento por omissão.
De acordo com o promotor
Valdemir Leão, do Nacres (Núcleo de Apuração de Crimes
Relativos a Erros na Área de
Saúde), é preciso esperar o resultado da necropsia para saber
se houve relação entre a morte
e a ausência do atendimento.
Segundo ele, a Promotoria
poderá instaurar uma ação por
omissão de socorro contra a
atendente, mas ainda será necessário provar que houve dolo
(intenção) em não prestar socorro mesmo sabendo que poderia prejudicar a estudante.
A reportagem tentou ouvir o
gerente da farmácia, mas um
funcionário disse que ninguém
poderia comentar o caso.
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