São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Carros antigos e regata levam cidade ao passado

Filipe Araújo/Folha Imagem
A prefeita Marta Suplicy participa de desfile de carros antigos, que se reuniram na av. Paulista e seguiram para o Sambódromo


DA REPORTAGEM LOCAL
DO AGORA

Dois eventos ocorridos ontem, em comemoração do aniversário de 450 anos de São Paulo, levaram a cidade ao passado. Um desfile de carros antigos pelas ruas paulistanas despertou a curiosidade do público. No rio Tietê, remadores jovens e veteranos se reuniram para participar de uma regata.
Sem nenhuma pressa, velhos automóveis, como Karman Ghias, Romi-Isettas e Fordinhos, saíram das zonas norte, leste e sul da cidade, se encontraram na avenida Paulista às 12h e partiram para o Sambódromo, onde ficaram expostos durante a tarde.
A prefeita Marta Suplicy (PT) acompanhou o desfile ao lado de assessores e do marido, Luís Favre. A prefeita saiu da avenida Paulista em um dos modelos antigos, seguindo em carreata até o Sambódromo, onde deu autógrafos e tirou fotos, deixando o local pouco antes das 14h.
Em entrevista, a prefeita afirmou que pretende dar suporte para a realização do desfile de carros antigos todos os anos, no domingo que anteceder o aniversário da cidade -idéia que foi bem recebida entre os colecionadores de automóveis.
Daniel José Teleze, 42, posava em frente ao seu Camaro Type EP 1973 com apenas 16 mil quilômetros rodados. "Comprei há quatro anos, de um colecionador", contou Teleze, que tem mais oito antigüidades -entre elas, outros quatro Camaros.
"Comercializo veículos antigos. Mas notei que alguns modelos começaram a desaparecer e comecei a guardá-los para mim", afirmou Teleze, que reservou um Mercedes conversível 1988 para a filha Jéssica de sete anos.

Regata
No rio Tietê, por volta das 11h30, cerca de 40 atletas se reuniram para a "Regata Clube Esperia - 450 Remadas por São Paulo".
Em cada uma das sete provas disputadas, dois barcos (individuais ou para oito ou quatro pessoas) largavam em frente ao hotel Holiday Inn - Anhembi (zona norte) e chegavam à ponte das Bandeiras, num percurso que durava, em média, dez minutos.
Os remadores estavam emocionados com a realização da regata no Tietê -local histórico do remo paulista, mas lamentaram o alto grau de poluição do rio. Alguns deles utilizaram luvas e máscaras para se protegerem.
O remador mais idoso da regata, Delnir Ramos, 84, treinava diariamente no rio Tietê entre 1943 e 1958. Ele diz estar descrente quanto à limpeza do rio. "Já ouvi tantas promessas de despoluição."
Triste com a sujeira do rio, a remadora Elisa de Paula, 79, que remou no Tietê entre 1944 e 1957, disse que, antigamente, conseguia pegar, com as mãos, pequenos peixes no rio Tietê.
O secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado, Lars Grael, participou e venceu a última prova, disputada em dois barcos com oito remadores em cada um. No outro barco estava a secretária municipal dos Esportes, Nádia Campeão.


Texto Anterior: SP 450: SP vai gastar R$ 145 milhões com festa
Próximo Texto: Panorâmica - Universidade: Cai abstenção no vestibular da UFSCar
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.