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Movimento teve apoio em outras cidades
EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA
Mais de 6.000 presos de nove
penitenciárias do interior e do litoral paulista se mantiveram rebelados ontem à tarde. Cerca de
mil visitantes, familiares dos presos, permaneceram retidos nos
presídios durante os motins. Pelo
menos 33 agentes penitenciários
foram mantidos reféns.
Apesar do volume do protesto,
não houve registros de feridos.
Em todas as rebeliões não houve reivindicações específicas. Ficou claro que se tratava de um
protesto articulado por facções do
crime organizado (PCC) que
agem dentro dos presídios.
Em Avaré, onde o PCC provocou três rebeliões nos últimos cinco meses, 17 agentes penitenciários ficaram em poder dos rebelados durante mais de duas horas.
Depois foram liberados.
Em São Vicente, no litoral, três
carcereiros e 700 parentes de presos, entre adultos e crianças, ficaram sob o domínio de 746 rebelados na Penitenciária 1. Os rebelados conversavam com a direção
por meio de um rádio de comunicação, tomado de um funcionário. No final da tarde, o clima voltou a ficar tenso com a chegada de
reforço policial. Focos de incêndio também eram avistados pelos
parentes dos presos que aguardavam notícias.
Em Presidente Bernardes, três
seguranças e 65 familiares ficaram
sob domínio dos presos.
Na Penitenciária de Assis não
houve registro de reféns, mas os
cerca de 700 presos se recusavam
a voltar para as celas no final da
tarde. O mesmo tipo de motim foi
feito por cerca de 300 presos da
Penitenciária 1 de Presidente
Venceslau e pelos 1.700 das duas
unidades de Mirandópolis.
Em Pirajuí, município localizado na região de Bauru, os presos
da Penitenciária 2 começaram o
protesto no final da tarde, depois
das 16h. A Polícia Militar confirmou que havia reféns, mas não
soube informar quantos. A direção da penitenciária não atendeu
a reportagem.
Em Marília, 800 rebelados fizeram dez seguranças reféns. Na penitenciária de Iperó, 800 presos
estavam no pátio desde às 16h e se
recusavam a voltar para as celas.
Com eles, ficaram 130 visitantes.
Colaboraram JAIRO MARQUES E FERNANDA KRAKOVICS
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