São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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Diretor pede uso de 12 escolas estaduais

da Reportagem Local

O diretor Carlos Giannazi, da escola municipal de São Paulo Doutor Miguel Vieira Ferreira, protocola hoje na delegacia regional do MEC um ofício pedindo a utilização de 12 escolas estaduais da zona sul da cidade fechadas ou sem aulas no período noturno.
O ofício é endereçado ao ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que havia prometido, em 27 de janeiro, ceder dois prédios do INSS para o uso da escola que Giannazi dirige.
A promessa foi feita durante o lançamento da campanha nacional de matrículas, da qual o diretor foi considerado símbolo por ter matriculado em sua escola 600 crianças a mais que as 2.000 vagas disponíveis. Giannazi seguiu orientação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mas até ontem, 13º dia de aula na rede municipal de ensino, os prédios não haviam sido cedidos e os alunos estão sem aulas. Na semana passada, o MEC informou que o INSS move ações na Justiça para desalojar os inquilinos e que tentava um acordo com um deles.
O diretor, no entanto, afirma que o prédio cujo proprietário se propôs a negociar abrigaria, no máximo, 150 crianças, se utilizado em três períodos.
Assim, Giannazi decidiu pedir ajuda ao ministro. "Ele está em dívida comigo. Se eu fui considerado símbolo, agora tem de ouvir o que o símbolo tem a dizer."
Oito das 12 escolas listadas ficam na mesma região da escola dirigida por Giannazi, da 18ª Delegacia de Ensino da capital. O diretor pretende utilizar as escolas à noite, período em que elas não estão funcionando, atualmente.
Ainda na zona sul de São Paulo, mas a uma distância maior da escola que dirige, Giannazi elegeu outras duas escolas, hoje fechadas.
"É um crime deixar um espaço público deteriorando-se."
A Secretaria Estadual da Educação informou que as oito escolas na 18ª Delegacia de Ensino foram adaptadas para 1ª a 4ª séries, que não têm aulas à noite. As classes não poderiam receber alunos de outras séries. Já as outras duas escolas teriam sido fechadas por falta de demanda na região em que estão localizadas.
O MEC afirma que, terminada a semana de matrícula, negociará com Estados e prefeituras para incorporar todas as crianças. (RV)



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