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Diretor pede uso de 12 escolas estaduais
da Reportagem Local
O diretor Carlos Giannazi, da escola municipal de São Paulo Doutor Miguel Vieira Ferreira, protocola hoje na delegacia regional do
MEC um ofício pedindo a utilização de 12 escolas estaduais da zona
sul da cidade fechadas ou sem aulas no período noturno.
O ofício é endereçado ao ministro da Educação, Paulo Renato
Souza, que havia prometido, em
27 de janeiro, ceder dois prédios
do INSS para o uso da escola que
Giannazi dirige.
A promessa foi feita durante o
lançamento da campanha nacional de matrículas, da qual o diretor foi considerado símbolo por
ter matriculado em sua escola 600
crianças a mais que as 2.000 vagas
disponíveis. Giannazi seguiu
orientação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mas até ontem, 13º dia de aula na
rede municipal de ensino, os prédios não haviam sido cedidos e os
alunos estão sem aulas. Na semana passada, o MEC informou que
o INSS move ações na Justiça para
desalojar os inquilinos e que tentava um acordo com um deles.
O diretor, no entanto, afirma
que o prédio cujo proprietário se
propôs a negociar abrigaria, no
máximo, 150 crianças, se utilizado
em três períodos.
Assim, Giannazi decidiu pedir
ajuda ao ministro. "Ele está em dívida comigo. Se eu fui considerado símbolo, agora tem de ouvir o
que o símbolo tem a dizer."
Oito das 12 escolas listadas ficam
na mesma região da escola dirigida por Giannazi, da 18ª Delegacia
de Ensino da capital. O diretor
pretende utilizar as escolas à noite,
período em que elas não estão
funcionando, atualmente.
Ainda na zona sul de São Paulo,
mas a uma distância maior da escola que dirige, Giannazi elegeu
outras duas escolas, hoje fechadas.
"É um crime deixar um espaço
público deteriorando-se."
A Secretaria Estadual da Educação informou que as oito escolas
na 18ª Delegacia de Ensino foram
adaptadas para 1ª a 4ª séries, que
não têm aulas à noite. As classes
não poderiam receber alunos de
outras séries. Já as outras duas escolas teriam sido fechadas por falta de demanda na região em que
estão localizadas.
O MEC afirma que, terminada a
semana de matrícula, negociará
com Estados e prefeituras para incorporar todas as crianças.
(RV)
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