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Calouro denuncia
trote violento em MS
da Agência Folha, em Campo Grande
A comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso do
Sul reúne-se hoje com representantes dos centros acadêmicos e
da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para
apurar a acusação de trote violento que teria ocorrido anteontem
no campus universitário.
Um calouro do curso de engenharia civil procurou a OAB para
acusar cerca de 15 veteranos de o
obrigarem a engolir ovos de galinha estragados e ainda tentarem
introduzir um ovo em seu ânus.
O nome do calouro, de 17 anos
de idade, está sendo mantido em
sigilo a pedido de sua família, porque os veteranos também o teriam
ameaçado de violência, caso denunciasse o trote.
O calouro disse à comissão que
foi atacado após fazer a matrícula
na faculdade. Ele teria sido jogado
numa poça de lama e arrastado
para um local escondido por árvores, onde passou a sofrer outras
violências.
A mãe do rapaz disse à OAB que
ele retornou para casa "em estado
de choque". O rapaz já havia passado por dois outros trotes em
duas universidades em que foi
aprovado este ano, mas apenas
com pinturas pelo corpo.
Extorsão
O advogado Joatan Loureiro, 42,
membro da comissão da OAB,
disse que ontem ele também presenciou um trote com "extorsão"
no campus da universidade, em
que os veteranos exigiam R$ 5 dos
calouros.
"Eram todos coagidos", afirmou o advogado. Na reunião de
hoje, em que devem estar também
presentes representantes do Ministério Público estadual e federal,
o advogado disse que vai pedir
"mais cidadania" nos trotes.
"Ninguém quer acabar com a
tradição, mas é preciso limites e
respeito à individualidade de cada
estudante", disse Loureiro.
O coordenador do curso de engenharia civil, Alcides Higa, foi
procurado ontem à tarde para falar sobre o assunto, mas estava
numa reunião de departamento.
Ninguém na assessoria de imprensa da universidade quis falar
sobre o assunto.
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