da Reportagem Local

A Polícia Militar de São Paulo está finalizando um projeto que vai permitir a estudantes de direito realizar estágios em unidades da corporação, acompanhando inquéritos policiais e sindicâncias.
De acordo com a assessoria de imprensa do comando geral da PM, a abertura dos quartéis aos estudantes faz parte da política de aproximação da corporação com a população.
O projeto deve ser colocado em prática no final do próximo mês na capital e na Grande São Paulo. No futuro, a iniciativa será colocada em prática no interior do Estado. Segundo a assessoria, o objetivo é tornar os procedimentos da PM mais transparentes.
"A idéia é propiciar acompanhamento de depoimentos e o desenrolar de inquéritos e sindicâncias, em um trabalho estritamente vinculado às questões do direito penal", afirmou o tenente-coronel Paulo Regis Salgado, chefe do setor de relações públicas da PM.
A proposta já foi encaminhada a alguns estabelecimentos, como a faculdade de direito da USP (Universidade de São Paulo), que demonstrou interesse em desenvolver o projeto.
Segundo o professor Walter Piva Rodrigues, coordenador-geral do Centro de Prática Jurídica da faculdade de direito da USP, a possibilidade de estudantes realizarem estágios na PM é positiva e ajuda na formação acadêmica.
"Esse tipo de estágio aproxima as aulas teóricas da realidade. A idéia é que os alunos possam ver como instituições como a PM funcionam. Assim, os estudantes vão poder desenvolver uma visão crítica", declarou Rodrigues.
A princípio, os estudantes apenas acompanharão o desenrolar dos inquéritos e sindicâncias. O estágio será monitorado por oficiais da PM formados em direito.
O advogado Pedro Dallari, da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), se mostrou favorável à iniciativa, mas faz uma ressalva. "Minha preocupação é que o envolvimento dos estudantes seja somente um procedimento estritamente pedagógico, de capacitação profissional, e não apenas uma estratégia de marketing da PM."



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