DA REPORTAGEM LOCAL

Na chuva mais forte deste mês, São Paulo teve ontem 54 pontos de alagamento, interrupção da circulação de trens da CPTM e do Metrô e transbordamento do córrego Itaquera nas proximidades da av. Marechal Tito, zona leste.
O temporal durou três horas e meia e se concentrou nas regiões leste e central. O volume médio de chuva na capital paulista foi de 20,1 mm (um milímetro equivale a um litro de água por 1 m2). Anteontem, havia sido de 10,8 mm, e, na última sexta-feira, de 16,6 mm.
Os córregos Aricanduva e Ipiranga chegaram perto do limite. A Defesa Civil registrou 27 quedas de árvore. O Metrô teve que interromper a circulação de trens entre as estações Tatuapé e Carrão, na linha 3-vermelha, das 15h30 às 16h24. A queda de um raio provocou a desenergização dos trilhos.
No sistema da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, houve falta de energia na subestação do Pari, bloqueando o trecho entre as estações Brás e Luz durante quase uma hora. Um trem ficou parado e os passageiros tiveram que ser retirados.
Segundo dados do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), Bom Retiro, Sé e Ipiranga, foram os bairros onde mais choveu -64,6 mm, 50 mm e 47 mm.
No acesso à estação Luz do Metrô, na rua Brigadeiro Tobias, a água atingiu meio metro de altura e deu lucro a cinco ambulantes, contratados por Elienai Nogueira dos Santos, 21, comerciante da região.
Pela terceira vez no ano, Santos "emprestou" carrinhos de mão e de supermercado para que eles transportassem pessoas que não queriam molhar os pés. A propaganda dos serviços era: "Só R$ 1 para não pegar doença de rato".
Das 16h às 20h, já haviam levado mais de 200 pessoas à estação, um percurso de 15 metros. Metade da arrecadação ficaria com Santos, que contratou uma fiscal, Alessandra Hipólito, 21, para contar os passageiros. "Quando chove, meu comércio alaga. Assim eu consigo diminuir meu prejuízo."



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