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EDUCAÇÃO
Segundo Anafi, indicação seria "tráfico de influência"
Para associação, nomeação de conselheira favorece Di Gênio
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro Paulo
Renato Souza (Educação) publicaram ontem no "Diário Oficial
da União" os nomes dos dez novos integrantes do CNE (Conselho Nacional de Educação).
Na Câmara Superior, cujas cinco vagas foram as mais disputadas, os nomeados são Marília Ancona-Lopez, Edson de Oliveira
Nunes, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Arthur Roquete de
Macedo e Roberto Cláudio Frota
Bezerra -os dois últimos reconduzidos aos cargos.
O nome mais polêmico é o de
Marília Ancona-Lopez, diretora
do Instituto de Ciências Humanas da Unip (Universidade Paulista), do empresário João Carlos
Di Gênio.
A indicação de Marília foi criticada por uma das diretorias da
Anafi (Associação Nacional de
Faculdades e Institutos Superiores). Segundo notas publicadas
em jornais por essa diretoria, haveria um "esquema de tráfico de
influência no conselho que beneficiaria as universidades e faculdades ligadas a Di Gênio", que estaria "preparando um esquema
para conseguir nomear Marília
para a vaga de [Yugo" Okida."
Okida é vice-reitor da Unip e
conselheiro do CNE. Sua atuação
foi criticada por diretores da Uniban (Universidade Bandeirante
de São Paulo), que o acusavam de
agir de acordo com o interesse de
Di Gênio e contra a instituição.
Também chama a atenção a nomeação de Petronilha, da Universidade Federal de São Carlos, primeira negra a fazer parte do CNE.
Ela foi escolhida não apenas por
ser negra, mas por suas pesquisas
sobre a situação do negro no país.
A escolha de Petronilha e de Edson Nunes (pró-reitor da Universidade Cândido Mendes, no Rio)
foi decisão pessoal de Paulo Renato e de FHC. Eles não estavam na
lista dos nomes indicados.
O CNE é formado por 24 integrantes (12 na Câmara de Educação Superior e 12 na de Educação
Básica). Sua função é auxiliar o
MEC na execução de sua política
educacional e estabelecer diretrizes para o ensino no país.
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