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SP pede a ministro mais rigor com preso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os secretários estaduais Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária) e Alexandre de Moraes (Justiça), de São Paulo, sugeriram ontem ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que a
Presidência edite medida provisória para recrudescer o tratamento de presos perigosos e tornar automática a progressão de
pena após um terço da punição.
Segundo Moraes, por não estar
relacionada à legislação penal ou
processual, uma MP alteraria os
procedimentos nesses casos imediatamente.
A idéia do governo de São Paulo
é aumentar de 30 dias para 1/6 da
pena o tempo de regime disciplinar diferenciado. Nesse tipo de regime, o preso fica incomunicável,
não tem acesso a televisão, rádio,
jornais ou revistas, não recebe visita íntima e o prazo entre o pedido e a visita do advogado não pode ultrapassar dez dias.
A Lei de Execuções Penais prevê
30 dias para esse regime, mas o
Estado de São Paulo ampliou, via
portaria, o prazo para até seis meses. Como no Brasil o máximo de
pena a que uma pessoa pode ser
condenada é de 30 anos, os condenados perigosos poderiam ficar
cinco anos nesse regime, se a medida for transformada em MP.
Segundo Furukawa, o ministro
considerou as idéias "boas" e vai
analisá-las no âmbito ministerial
antes de eventual envio para o
Planalto. Outra proposta do governo paulista sugere que possam
ser incluídos no regime diferenciado os condenados por crimes
hediondos, membros de facções
criminosas e os detentos que subvertam a ordem ou pratiquem delitos na prisão.
Furukawa solicitou ao ministro
que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva elimine, via MP, os trâmites burocráticos para que o preso
tenha direito à progressão da pena. Um exemplo é uma avaliação
psicológica do detento. Hoje,
após cumprir 1/3 da pena, o condenado passa ao regime seguinte.
Após 2/3, progride novamente,
seguindo o caminho do regime fechado para o semi-aberto, e, finalmente, para o aberto.
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