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ESTÉTICA
Simpósio em SP também apresentou técnicas cirúrgicas para retirada de pele e flacidez sem deixar cicatriz aparente
Celulite e estria têm novos tratamentos
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo tratamento para celulite, uma microcirurgia para estrias e novas técnicas cirúrgicas
para pós-obesos, ou seja, pessoas
que fizeram redução do estômago
e ficaram flácidas, estão entre os
destaques de um simpósio internacional de cirurgia plástica que
começou ontem e termina amanhã em São Paulo.
O médico italiano Marco Gasparotti, da Sociedade Italiana de
Cirurgia Plástica, mostrou aos
brasileiros os resultados de pesquisa que fez com 2.500 mulheres
que, submetidas a tratamento que
inclui drogas antioxidantes e uso
diário de uma espécie de meia-calça de náilon, conseguiram eliminar a celulite. O índice de eficácia da terapia, segundo Gasparotti, foi de 75%.
"O problema da celulite é de
metabolismo. A oxidação das células e os distúrbios hormonais
são os grandes vilões", afirma
Gasparotti. Para ele, uma alimentação rica em proteína animal é
essencial para manter a celulite
sob controle.
Em casos mais extremos (celulite grau 4), o médico utiliza uma
técnica que permite tratar a celulite com menos risco de hemorragia ou de aparecimento de manchas, o que ocorre com o atual
método (subcision).
Trata-se de uma mistura de lipoaspiração com lipoescultura,
feita com um instrumento criado
especialmente para a intervenção,
chamado de ring cânula (a ponta
da cânula tem um formato anelado, daí o nome inglês "ring", que
em português significa anel).
Segundo o cirurgião plástico
brasileiro Ewaldo Bolivar, depois
de romper as fibras associadas à
celulite e de aspirar a gordura da
região, injeta-se novamente parte
da gordura retirada para uniformizar a superfície da pele, acabando com os furinhos.
"A recuperação é mais rápida e
o resultado é melhor do que a
subcision, que é muito traumática", diz Bolivar. O preço da cirurgia varia de R$ 6.000 a R$ 12 mil.
Porém, o médico lembra que a
paciente precisa mudar maus hábitos, como sedentarismo, estresse e má alimentação, e tratar de
possíveis alterações hormonais
para que a celulite não volte. "Não
é só botar na maca e operar. Não
há milagres. A pessoa precisa mudar seus hábitos", reforça.
Para Bolivar, a técnica deve ser
associada a outros cuidados, como sessões de drenagem linfática
(massagem que ajuda o organismo a eliminar substâncias que
agravam a celulite).
A relações-públicas Deise Lima,
31, fez a cirurgia há seis meses,
juntamente com uma lipoaspiração de abdome, e aprovou. Ela
afirma que se incomodava muito
com a celulite que tinha nas coxas.
"Já não usava mais biquíni nem
shortinho", conta.
Para Lima, além do resultado, a
rápida recuperação da cirurgia a
impressionou.
"Não inchou e não ficou roxo",
diz. Após a operação, ela iniciou
drenagem linfática e uma dieta
pela qual perdeu nove quilos.
Hoje, o especialista italiano Gasparotti vai demonstrar a técnica
para mais de 800 médicos brasileiros, em uma operação transmitida via satélite de uma clínica
particular na cidade de Santos, no
litoral paulista.
Estrias
Outra novidade apresentada no
congresso foi uma técnica para
amenizar as estrias, lesões que parecem linhas paralelas e são decorrentes da degeneração das fibras elásticas da pele que ocorrem
por sua distensão exagerada ou
devido a alterações hormonais.
O cirurgião plástico argentino
Abel Chajchir, que desenvolveu a
técnica, explica que a base do tratamento é um tipo de soro preparado por um hepatologista a partir do sangue da paciente.
As plaquetas são separadas dos
glóbulos vermelhos, e vão compor o soro que, aplicado nas estrias por meio de uma seringa, estimulará a formação de tecido colágeno no local.
Chajchir diz que a eficácia da
microcirurgia pode ser comprovada em um a dois meses. O índice de sucesso, segundo ele, varia
de 30% a 60%.
Novas técnicas cirúrgicas que
envolvem a retirada de pele e flacidez em diversas regiões do corpo sem cicatrizes aparentes foram
apresentadas pelo cirurgião Dennis Hurwitz, professor da Universidade de Pittsburgh.
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