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PCC tentou burlar vigilância do
sistema para planejar atentados
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes do PCC (Primeiro
Comando da Capital) já foram
flagrados tentando burlar a vigilância do sistema de controle de
visitas de familiares e de advogados de presos no CRP de Presidente Bernardes para planejar
atentados em São Paulo.
Em setembro de 2003, o advogado Mário Sérgio Mungioli, que
atuava na defesa do preso Marcos
Willians Herbas Camacho, o
Marcola, 38, apontado como líder
máximo da facção criminosa, foi
preso depois de deixar o parlatório do presídio.
Com o advogado, foram
apreendidos três bilhetes. Segundo investigação da Polícia Civil e
do Ministério Público de São Paulo, os papéis traziam informações
para Marcola e pediam autorização para ações do PCC.
O contato entre presos e advogados também é mais rígido no
CRP de Presidente Bernardes. As
visitas têm de ser agendadas
-em outras unidades prisionais,
o advogado pode falar com seu
cliente em horário comercial, desde que a unidade não esteja sofrendo nenhuma rebelião.
Também não há contato físico.
Preso e advogado são separados
por um vidro. A comunicação
nesse sistema é feita por meio de
um interfone.
Segundo a polícia e a Promotoria, Mungioli tentou burlar a vigilância mostrando bilhetes escritos
para Marcola. No primeiro, datilografado, o advogado teria repassado informes e pedidos de autorização de integrantes da facção
para a compra de armas.
No segundo bilhete, o advogado
teria anotado as respostas do líder
do PCC -apesar do interfone,
não havia isolamento de som, segundo o Ministério Público. O
principal pedido de Marcola teria
sido a localização e morte de ex-líderes da facção, que também estão presos.
O terceiro bilhete trazia cifras
supostamente escritas por Mungioli que significariam a ordem
para a realização de atentado contra uma estação do metrô na capital paulista.
Na época, a polícia já desconfiava que a cúpula mantinha um sistema de comunicação para falar
com os outros integrantes da facção criminosa. A prisão de Mungioli ocorreu depois de uma investigação que durou 15 dias.
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