São Paulo, domingo, 19 de março de 2006

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PCC tentou burlar vigilância do sistema para planejar atentados

DA REPORTAGEM LOCAL

Integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) já foram flagrados tentando burlar a vigilância do sistema de controle de visitas de familiares e de advogados de presos no CRP de Presidente Bernardes para planejar atentados em São Paulo.
Em setembro de 2003, o advogado Mário Sérgio Mungioli, que atuava na defesa do preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, 38, apontado como líder máximo da facção criminosa, foi preso depois de deixar o parlatório do presídio.
Com o advogado, foram apreendidos três bilhetes. Segundo investigação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, os papéis traziam informações para Marcola e pediam autorização para ações do PCC.
O contato entre presos e advogados também é mais rígido no CRP de Presidente Bernardes. As visitas têm de ser agendadas -em outras unidades prisionais, o advogado pode falar com seu cliente em horário comercial, desde que a unidade não esteja sofrendo nenhuma rebelião.
Também não há contato físico. Preso e advogado são separados por um vidro. A comunicação nesse sistema é feita por meio de um interfone.
Segundo a polícia e a Promotoria, Mungioli tentou burlar a vigilância mostrando bilhetes escritos para Marcola. No primeiro, datilografado, o advogado teria repassado informes e pedidos de autorização de integrantes da facção para a compra de armas.
No segundo bilhete, o advogado teria anotado as respostas do líder do PCC -apesar do interfone, não havia isolamento de som, segundo o Ministério Público. O principal pedido de Marcola teria sido a localização e morte de ex-líderes da facção, que também estão presos.
O terceiro bilhete trazia cifras supostamente escritas por Mungioli que significariam a ordem para a realização de atentado contra uma estação do metrô na capital paulista.
Na época, a polícia já desconfiava que a cúpula mantinha um sistema de comunicação para falar com os outros integrantes da facção criminosa. A prisão de Mungioli ocorreu depois de uma investigação que durou 15 dias.


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