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Até falso policial procura dinheiro na BA
Polícia Civil diz que criminosos invadem casas atrás dos R$ 5,56 milhões saqueados de avião que caiu na semana passada
Antes da ação dos falsos policiais, moradores acusaram policiais militares de, sem mandado judicial, invadirem as suas casas
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Os R$ 5,56 milhões que foram saqueados depois da queda
de um bimotor, na semana passada, em um povoado do município de São Sebastião do Passé
(a 61 km de Salvador) atraíram
até mesmo criminosos que fingiam ser policiais à região.
A Polícia Civil informou ter
aumentado o número de agentes no povoado de Maracangalha para investigar a atuação
desses falsos policiais, que estão invadindo as casas de moradores à procura do dinheiro.
Até o início da noite de ontem, apenas R$ 531.870 haviam
sido recuperados.
Moradores de Maracangalha
e das imediações e sem-terra
que têm acampamento a menos de 300 metros do local do
acidente contaram à delegada
Maria Salete Campos do Amaral que homens armados, que
se apresentam como policiais,
têm invadido e revistado os
seus imóveis, principalmente
durante a madrugada.
O aposentado Válter Dórea
disse que, na madrugada de anteontem, três homens armados
invadiram a sua casa e levaram
um aparelho de televisão, um
rádio e uma espingarda.
Vários moradores, até mesmo os que devolveram o dinheiro após pressão policial, foram indiciados por furto.
PMs acusados
Antes mesmo da ação dos falsos policiais, sem-terra e moradores de Maracangalha acusaram policiais militares de, sem
mandado judicial, invadirem as
suas casas. As invasões teriam
ocorrido nos primeiros três
dias após a queda do avião
-quatro pessoas morreram no
acidente. A assessoria da PM
negou a denúncia.
Segundo a delegacia de São
Sebastião do Passé, 50 policiais
civis estão mobilizados em Maracangalha e no acampamento
dos sem-terra para tentar localizar o dinheiro saqueado. Antes da denúncia de invasão irregular, 35 agentes trabalhavam
na operação de resgate nas
duas localidades. No total, 190
policiais tentam localizar e
prender os saqueadores.
O delegado Joelson dos Santos Reis disse que todos os policiais civis e militares que eventualmente realizarem buscas
irregulares na região serão punidos. Reis afirmou também
que os moradores que se sentirem pressionados devem procurar a polícia para fazer as
denúncias.
A aeronave, de propriedade
da Bata (Bahia Táxi Aéreo), carregava dinheiro pertencente a
vários bancos que têm o hábito
de fretar aviões em conjunto
para transportar grandes
valores.
O bimotor saiu de Petrolina,
em Pernambuco, e passou por
Juazeiro e Paulo Afonso, ambas
na Bahia -o destino final seria
Salvador.
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