São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Chuva derruba barracos e casas em SP

20 moradias de madeira e duas de alvenaria desabaram em favelas da zona sul; 60 famílias ficaram desabrigadas

Prefeito Gilberto Kassab acompanhou retirada de moradores dos locais interditados; são 700 áreas de risco somente na capital

Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Restos de barraco que desabou após o córrego Água Espraiada, na zona sul de SP, transbordar


KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A chuva que atingiu São Paulo nos últimos dias provocou desmoronamentos de terra e o desabamento de 20 barracos e duas casas em favelas da zona sul da capital. Outras moradias sob risco foram interditadas pela Defesa Civil -cerca de 60 famílias ficaram desabrigadas. Não houve vítimas.
Os casos mais graves ocorreram na favela da Rocinha, no Campo Belo, onde 20 barracos na encosta do córrego Água Espraiada desabaram. Os primeiros começaram a cair já na noite de sábado. Com a chuva, o córrego transbordou e o terreno cedeu, levando tudo.
"Por sorte não perdi minha vida nem a família. Saímos antes de a tragédia acontecer", afirmou ontem o pedreiro Paulo Silva, 28, que deixou o seu barraco após ouvir um forte barulho às 23h30 de sábado.
"Quem mora na beira do córrego já está treinado: estralou, correu", disse Isabel Cristina Cândido, 43, líder comunitária da Rocinha. Por volta das 16h de ontem, a Folha presenciou a queda de mais dois barracos.
Segundo Paulo Leite, coordenador da Defesa Civil, os 20 barracos que desabaram e os outros 38 que ameaçam cair, nas margens do córrego, foram interditados desde o final de 2006, mas ninguém saiu deles.
"Como sair sem ter para onde ir? Vamos cobrar um projeto de moradia", disse José Luiz Ribeiro, 50, presidente da Central Única de Associações.
O prefeito Gilberto Kassab (PFL) acompanhou a retirada dos moradores, que foram a um abrigo municipal e, "num momento posterior", terão "uma solução mais definitiva".
Ele disse que a cidade tem 700 áreas de risco, das quais 300 em "situação bastante crítica". A prioridade da prefeitura, afirma, é monitorar as regiões para evitar qualquer fatalidade. "E temos sido felizes. Nas chuvas deste verão não tivemos nenhuma vítima."
Também na zona sul, duas casas desabaram ontem na favela do Jardim São Carlos, em Cidade Ademar.
"Só consegui tirar o fogão", disse o pedreiro Gilberto Souza da Cruz, 32. A subprefeitura alega que uma das casas estava irregular e causou o acidente.

Colaborou ALENCAR IZIDORO


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