São Paulo, quinta, 19 de março de 1998

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AMBIENTE
Roraima vai receber R$ 2 milhões para combater o fogo que já matou 12 mil bois
FHC libera verba para conter incêndio

da Sucursal de Brasília

O secretário de Políticas Regionais, Fernando Catão, disse ontem em Boa Vista (RR) que o presidente Fernando Henrique Cardoso vai liberar, por meio de uma medida provisória, recursos para que o governador de Roraima, Neudo Campos (PPB), possa tentar debelar o fogo nas matas do Estado.
Catão, que sobrevoou a região de helicóptero na companhia de Campos, considerou "catastrófica" a situação em Roraima. Ele não informou qual a quantia o governo federal estaria disposto a liberar.
Campos deverá assinar hoje, em Brasília, convênio no valor de R$ 2 milhões com o governo federal para combater o fogo. O governo estadual anunciou a morte de 12 mil cabeças de gado até agora.
Catão, porém, disse que não conseguiu ver animais mortos. "Acho que o gado está resistindo e conseguindo se adaptar à estiagem e ao fogo", declarou.
Catão vinha sendo criticado pelo governador porque disse que só poderia socorrer o Estado se existisse risco para vidas humanas.
O secretário de Planejamento de Roraima, César Mansoldo, 45, disse que R$ 15 milhões seriam suficientes para levar os projetos elaborados após a decretação de calamidade pública no Estado.
Índios
O megaincêndio ameaça índios da região. Caso o fogo não seja apagado nos próximos dias, aldeias ianomami, taurepang e makuxi poderão ser atingidas. Algumas aldeias já estão ilhadas.
"Se o fogo continuar se alastrando, é preocupante porque poderá atingir aldeias", disse o administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Roraima, Walter Blos. Segundo ele, é impossível prever quanto tempo faltaria para o fogo chegar às aldeias, já que isso estaria sujeito ao vento.
Os governos federal e estadual ainda estão na fase de planejamento para realizar uma operação de emergência na região, assolada por uma seca prolongada, que dura seis meses, provocada pelo fenômeno climático El Niño.
Até a próxima sexta-feira, serão realizadas ações de emergência para tentar deter o fogo e socorrer aldeias em risco, batizadas de Operação Macauã.



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