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ACM quer adiar votação de emenda para a área da saúde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
sinalizou ontem a intenção de dificultar a aprovação da proposta
de emenda constitucional que
vincula recursos dos orçamentos
da União, dos Estados e dos municípios para a área da saúde.
ACM disse que a votação em
plenário não será no prazo mínimo permitido pelo regimento (7
de junho), como havia sido combinado entre os líderes dos partidos da oposição e do governo na
CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça), na última quarta-feira.
""No prazo mínimo, não será.
Eles (os líderes) podem fazer
acordos. Mas a prerrogativa de
marcar a data é do presidente do
Senado. E não abro mão dela.
Quem quiser conversar, que venha até mim", afirmou.
ACM, que é contra a vinculação
orçamentária para a saúde, não
escondeu a irritação com o acordo fechado entre os líderes na
CCJ, sem consultá-lo.
""Como foi acordado para o dia
7, a votação não será nessa data.
Quem manda sou eu." O senador
voltou ontem a Brasília, após uma
semana em Portugal.
O maior interessado na aprovação da PEC é o ministro da Saúde,
o tucano José Serra, com quem o
pefelista diverge politicamente.
""Sou contra a vinculação. Mas
isso não quer dizer que não será
aprovada", disse ACM.
O presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), reagiu
às declarações de ACM: "Nenhum senador está acima do regimento", afirmou.
Segundo o Conasems (Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde), a previsão é de
que a proposta acarrete aumento
do investimento em saúde da ordem de R$ 5 bilhões, somente no
primeiro ano de vigência.
Oposição de Malan
O presidente da CCJ, José Agripino (PFL-RN), enviou ontem
ofício aos ministros Pedro Malan
(Fazenda) e Serra, além de governadores e prefeitos, convidando-os para audiência pública sobre a
PEC no próximo dia 30. Malan é
contra a vinculação.
Em jantar com a cúpula do PFL
e o vice-presidente, Marco Maciel,
Malan pediu que o Senado aprovasse salvaguardas para evitar
que Estados e municípios peçam,
futuramente, compensação pela
elevação nos investimentos que
terão de fazer em saúde.
A PEC estabelece que Estados e
municípios têm de investir em
saúde um patamar inicial de 7%
da sua arrecadação. Esse índice
será elevado progressivamente
em cinco anos, sendo que, ao final
do período, os Estados têm de investir 12% e os municípios, 15%.
Para os municípios, o impacto
inicial será quase nulo, porque
eles já investem no setor, atualmente, em média 9% do seu orçamento, segundo o Conasems.
Os Estados serão os mais prejudicados, porque investem hoje,
em média, apenas 4% de sua receita na área de saúde. Por isso,
governadores de todos os partidos são contra a proposta.
Com relação à União, a PEC estabelece um aumento inicial na
aplicação de recursos de 5% em
relação a 1999 e uma elevação
anual dessa cota segundo a variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto).
(RAQUEL ULHÔA)
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