São Paulo, sábado, 19 de maio de 2001

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NA PAULISTA

Servidor protesta por salário e contra apagão

Manifestação em São Paulo não teve incidentes e contou com 6.000 participantes, segundo a PM

DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) realizou ontem a sua primeira manifestação contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), reunindo funcionários da administração estadual, que fizeram um ato público cujo slogan foi "Aumento salarial já".
Os manifestantes fizeram uma passeata que saiu da avenida Paulista, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), e foi até a praça Ramos, no centro.
Na avaliação da Polícia Militar, cerca de 6.000 pessoas participaram da manifestação na capital paulista. Para a central, o número foi de pelo menos 10 mil.
A passeata, que interditou uma só faixa da avenida Paulista, sentido rua da Consolação, foi acompanhada por 350 homens da PM, incluindo 70 da tropa de choque. Não foi registrado nenhum incidente.
"Estamos aqui para garantir a livre manifestação de todos", disse o coronel Alexandre Melchior Rodrigues.
No ano passado, no mesmo dia e local, durante um ato público de sindicalistas, professores e estudantes, houve confronto entre manifestantes e policiais, ferindo 38 pessoas.
Entre as categorias representadas no protesto de ontem, estavam professores, servidores da saúde e metroviários.
Além de criticar a política salarial do governo estadual, os sindicatos protestaram contra o racionamento de energia determinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Os refrães contra o "apagão do FHC" foram os mais citados pelas lideranças sindicais. Os sindicalistas afirmaram que o racionamento de energia vai elevar a taxa de desemprego no país.
Eles também criticaram o governo federal por estar resistindo à criação de uma CPI da corrupção e o FMI (Fundo Monetário Internacional), acusado pelos manifestantes de impor ao Brasil uma política de restrição aos investimentos.
Maria Isabel Noronha, do sindicato dos professores, criticou o descaso do governo de Alckmin em relação à categoria. Segundo ela, é importante que seja criado um plano de carreira para beneficiar inclusive os aposentados.
Entre outras reivindicações, os professores querem ter piso de cinco salários mínimos para jornada de 20 horas/aula e um plano de combate à violência.
Os servidores da saúde também se queixam da falta de disposição do governo para negociar questões salariais.
Sônia Takeda, líder da categoria, disse que a principal reivindicação dos servidores da saúde é a fixação de um salário inicial de R$ 540. Segundo ela, pelo menos 30% da categoria, que tem 86 mil trabalhadores em todo o Estado, recebe "apenas R$ 320, já com todas as gratificações"
Para os sindicalistas, o governo tem dinheiro e, por isso, não se justifica a manutenção do arrocho dos vencimentos.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Governo, uma comissão formada por técnicos de várias secretarias está elaborando um estudo sobre a situação salarial do funcionalismo.
O estudo será enviado ao governador, que decidirá se haverá concessão ou não de reajustes.


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