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NA PAULISTA
Servidor protesta por salário e contra apagão
Manifestação em São Paulo não teve incidentes e contou com 6.000 participantes, segundo a PM
DA REPORTAGEM LOCAL
A CUT (Central Única dos
Trabalhadores) realizou ontem
a sua primeira manifestação
contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
reunindo funcionários da administração estadual, que fizeram
um ato público cujo slogan foi
"Aumento salarial já".
Os manifestantes fizeram uma
passeata que saiu da avenida
Paulista, em frente ao Masp
(Museu de Arte de São Paulo), e
foi até a praça Ramos, no centro.
Na avaliação da Polícia Militar,
cerca de 6.000 pessoas participaram da manifestação na capital
paulista. Para a central, o número foi de pelo menos 10 mil.
A passeata, que interditou
uma só faixa da avenida Paulista,
sentido rua da Consolação, foi
acompanhada por 350 homens
da PM, incluindo 70 da tropa de
choque. Não foi registrado nenhum incidente.
"Estamos aqui para garantir a
livre manifestação de todos",
disse o coronel Alexandre Melchior Rodrigues.
No ano passado, no mesmo
dia e local, durante um ato público de sindicalistas, professores e
estudantes, houve confronto entre manifestantes e policiais, ferindo 38 pessoas.
Entre as categorias representadas no protesto de ontem, estavam professores, servidores da
saúde e metroviários.
Além de criticar a política salarial do governo estadual, os sindicatos protestaram contra o racionamento de energia determinado pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso.
Os refrães contra o "apagão do
FHC" foram os mais citados pelas lideranças sindicais. Os sindicalistas afirmaram que o racionamento de energia vai elevar a
taxa de desemprego no país.
Eles também criticaram o governo federal por estar resistindo à criação de uma CPI da corrupção e o FMI (Fundo Monetário Internacional), acusado pelos manifestantes de impor ao
Brasil uma política de restrição
aos investimentos.
Maria Isabel Noronha, do sindicato dos professores, criticou o
descaso do governo de Alckmin
em relação à categoria. Segundo
ela, é importante que seja criado
um plano de carreira para beneficiar inclusive os aposentados.
Entre outras reivindicações, os
professores querem ter piso de
cinco salários mínimos para jornada de 20 horas/aula e um plano de combate à violência.
Os servidores da saúde também se queixam da falta de disposição do governo para negociar questões salariais.
Sônia Takeda, líder da categoria, disse que a principal reivindicação dos servidores da saúde
é a fixação de um salário inicial
de R$ 540. Segundo ela, pelo menos 30% da categoria, que tem
86 mil trabalhadores em todo o
Estado, recebe "apenas R$ 320,
já com todas as gratificações"
Para os sindicalistas, o governo tem dinheiro e, por isso, não
se justifica a manutenção do arrocho dos vencimentos.
De acordo com a assessoria da
Secretaria de Governo, uma comissão formada por técnicos de
várias secretarias está elaborando um estudo sobre a situação
salarial do funcionalismo.
O estudo será enviado ao governador, que decidirá se haverá
concessão ou não de reajustes.
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