|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Armeiro é preso em flagrante com fuzil AR-15, revólveres e pistolas com numeração raspada em oficina na zona leste
Polícia apreende armas da polícia em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Um armeiro que consertava
pistolas e até fuzis para policiais
de São Paulo foi preso anteontem,
em sua oficina, na zona oeste da
capital, com quatro armas de numeração raspada e seis silenciadores -artefato proibido a civis.
Na local, policiais militares
apreenderam ainda 25 armas, entre elas três fuzis, além de peças,
diversas munições e cartuchos
que poderiam ser recarregados.
A maioria do armamento é da
própria polícia ou particular, de
policiais civis e militares, segundo
o delegado do 7º DP (Lapa), Antonio Carlos Menezes Barbosa,
responsável pelo inquérito.
O dono da oficina, Osnir Marques de Oliveira, 47, que estava
com a licença de armeiro expedida pelo Exército vencida desde
dezembro, foi preso em flagrante
por porte ilegal de armas.
A Folha apurou que policiais civis e militares estão sendo investigados por suposto envolvimento
com a venda de armas que teriam
passado por essa oficina.
A PM disse ter chegado a ele investigando uma denúncia anônima sobre um fuzil AR-15 que estaria tendo sua numeração adulterada. Toda arma tem um número,
como os carros têm no chassi, que
serve para controle e fiscalização.
Com um mandado de busca e
apreensão em mãos, assinado pelo juiz Maurício Lemos Porto Alves, os policiais entraram na oficina no final da tarde de anteontem,
na região da Lapa (zona oeste).
O corpo do fuzil foi apreendido,
desmontado, com a numeração
apagada por solda, mas Oliveira
disse à polícia que desconhecia a
origem do artefato encontrado
em sua oficina. Segundo ele, a carcaça seria de seu ex-sócio, assassinado há um ano, em um roubo.
Defesa
Ontem, o advogado do armeiro,
Ricardo Fleck, 37, estava reunindo documentos das armas
apreendidas com a ajuda de policiais e colecionadores, clientes da
oficina, para entrar com pedido
de relaxamento da prisão. Assim,
Oliveira poderia ficar em liberdade durante a fase de inquérito.
"Vamos mostrar que as armas
não são ilegais e estavam lá para
conserto", diz. Por lei, também é
irregular ter armamento com número raspado.
De acordo com Fleck, o armeiro
trabalha no ramo faz 20 anos, na
capital. "Depois que o sócio morreu, ele abriu outra empresa por
causa de problemas com o inventário e está conseguindo agora a
licença do Exército, que é demorada", diz o advogado. As armas
foram enviadas para perícia no
Instituto de Criminalística.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Outro lado: Comando pedirá mais cuidado aos policiais Índice
|