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VIOLÊNCIA
Polícia suspeita de disputa de poder; a mulher dele também foi assassinada
Fundador do PCC é morto em prisão no interior de SP
ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
Um dos fundadores do PCC
(Primeiro Comando da Capital),
José Eduardo Moura da Silva, o
Bandejão, foi assassinado anteontem dentro da Penitenciária Orlando Brando Filinto, em Iaras
(282 km a noroeste de São Paulo).
A mulher dele, Cláudia Bonane,
30, também foi assassinada logo
depois de visitá-lo na prisão.
A polícia suspeita de disputa de
poder na organização criminosa,
que já provocou mortes de outros
líderes, como Idemir Carlos Ambrósio, o Sombra, e Misael Aparecido da Silva, o Misa -cuja determinação de morte teria sido aprovada por Bandejão. Como a mulher dele foi assassinada, a polícia
também investiga se o crime foi
motivado por vingança pessoal.
Bandejão foi morto logo após a
saída da mulher. Ao voltar para a
cela, foi puxado para dentro da
cela 401, enforcado e esfaqueado
no peito. Segundo o diretor do
presídio, Roberto Medina, os
agentes penitenciários foram distraídos pouco antes por uma confusão criada por cem detentos.
Já a mulher de Bandejão foi
morta em uma estrada vicinal que
liga Iaras a Águas de Santa Bárbara. O carro em que ela estava foi
fechado por um outro carro, a
dois quilômetros do presídio, segundo o depoimento das três mulheres com quem ela havia pego
carona. Nenhuma delas soube
identificar o veículo.
Elas disseram à polícia que alguns homens mandaram que elas
descessem do carro e, em seguida,
atiraram em Bonane, que havia ficado dentro do veículo.
Dois presos, ambos do PCC, assumiram a autoria do assassinato
de Bandejão: Luís Eduardo Qualho, o Tramontina, condenado a
12 anos e oito meses, e José Pereira
da Silva, o Biluca, que cumpre pena de 44 anos e cinco meses.
"Quando eles assumem, é porque
foram mandados", disse Medina.
Os dois serão colocados em
RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) em Presidente Bernardes, Avaré ou Taubaté.
O assassinato de Bandejão foi o
quarto com as mesmas características na penitenciária de Iaras. Em
março do ano passado, Alcides
Sérgio Delassari, 36, o Blindado, e
Dionísio César Leite, 34, ambos
do segundo escalão do PCC, foram mortos porque teriam passado informações para a polícia. Alguns meses depois, outro membro da organização, conhecido
como Santissa, também foi enforcado e esfaqueado.
Bandejão, condenado a 64 anos
e sete meses de prisão, havia chegado a Iaras em fevereiro -ele estava dentro do esquema de rodízio de presos perigosos adotado
pelo governo estadual. Segundo
Medina, Bandejão não havia relatado nenhuma ameaça de morte.
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