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PM negocia na 2ª a desocupação da USP
Polícia convidou alunos que ocupam a reitoria há 16 dias a discutir uma saída pacífica do local; eles dizem não ter recebido convite
Após recusa dos estudantes em cumprir ordem judicial, definição sobre reintegração de posse está a cargo da Polícia Militar
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Militar de São Paulo
marcou para a segunda-feira
uma reunião com os estudantes que ocupam a reitoria da
USP há 16 dias, para tentar um
acordo de desocupação pacífica. No início da noite de ontem,
os alunos disseram que ainda
não haviam recebido o convite.
Já o Sintusp (sindicato dos
funcionários da USP) aprovou,
em assembléia, decisão de resistir se a polícia tentar uma
reintegração do prédio à força.
Alguns funcionários também
participam da ocupação.
Após os alunos se recusarem
a cumprir ordem judicial entregue por oficial de Justiça na
quarta, a definição sobre a data
para a reintegração de posse está a cargo da PM. A liminar foi
concedida a pedido da reitoria.
Havia a previsão de que ontem um oficial notificasse novamente os estudantes, mas o
juiz agora entende que o assunto está com a polícia.
Os estudantes reivindicam
uma manifestação da reitora,
Suely Vilela, sobre as medidas
da gestão José Serra (PSDB)
para o ensino superior. Segundo os alunos, o governo pretende diminuir a autonomia das
universidades, a partir da criação da Secretaria do Ensino Superior, que, para eles, passará a
traçar as diretrizes das escolas.
A reitora e seus colegas da
Unesp e Unicamp divulgaram
nota anteontem em que afirmam não ver mais risco à autonomia. Já a gestão Serra diz que
a nova pasta tem como objetivo
valorizar as universidades.
Um dos pontos polêmicos é a
inclusão das universidades no
sistema de gerenciamento de
execução orçamentária. Os reitores viam o risco de perderem
liberdade no remanejamento
de seus recursos, pois o sistema
exige que essas mudanças sejam autorizadas pelo governo.
A gestão Serra já informou que
as escolas continuarão com a
autonomia sobre as verbas.
Impasse
Desde a invasão, cerca de 300
alunos se revezam no prédio.
Eles também reivindicam a
criação de 771 moradias estudantis e a reforma de algumas
unidades, como a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas) e o IME
(Instituto de Matemática e Estatística). A reitoria aceitou
construir 334 moradias e analisar as reformas.
Para os alunos, a proposta é
insuficiente e dizem que só irão
sair se houver melhorias. Já a
reitoria afirma que só volta a
negociar após a desocupação.
A greve dos estudantes, iniciada anteontem, é mais forte
na FFLCH e na ECA (Escola de
Comunicações e Artes).
A Adusp (associação dos docentes), que apóia as reivindicações, definirá no dia 23 se
também entrará em greve.
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