São Paulo, sábado, 19 de maio de 2007

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Até 2008, país será vigiado por 2 milhões de câmeras

Quase 80% das câmeras de segurança do Brasil estão instaladas no Estado de SP

Metade das vendas é feita no mercado negro, estima a associação do setor; imagens da rua 25 de Março já podem ver vistas pela internet

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Até o final do ano que vem, o país terá uma câmera de segurança para cada cerca de 90 habitantes. Serão mais de 2 milhões de olhos digitais, quase 80% no Estado de São Paulo.
A projeção é da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança).
Até 2000, a associação contabilizava 150 mil câmeras vendidas com nota fiscal. Como, nos cálculos da Abese, para cada venda legal do produto há outra ilegal, o número estimado era de 300 mil unidades vendidas.
Em 2006, quando 280 mil equipamentos foram comercializados, o número de câmeras vendidas no país ultrapassou a marca de 1,5 milhão.
A Abese avalia que quase todo o material que saiu das lojas esteja atualmente em uso no país. "Quando chegam câmeras novas, a prática é que as antigas também sejam aproveitadas no sistema de segurança que já existia", afirma Oswaldo Oggiam, diretor de comunicação da Abese.
Os preços de câmeras começam na casa dos R$ 100 (microcâmeras, para ambientes fechados) e passam dos R$ 10 mil, dependendo de recursos como alcance da lente, foco automático, visão noturna, resistência a produtos químicos (no caso de indústrias, por exemplo) e transmissão de dados sem fio.
Há filmadoras dotadas de recursos tecnológicos que permitem a visualização da imagem à distância, por telefone celular ou programas de internet como o MSN Messenger e o Skype.

Big Brother na 25
Há cerca de dois meses, acabou a sensação de ser mais um na multidão ao passar pela rua 25 de Março, na região central de São Paulo. Imagens da região, pela qual passam 1 milhão de pessoas todos os dias, são transmitidas ao vivo em sites como www.bbb25.com.br e www.vitrine25demarco.com.br.
A Univinco (União de Lojistas da 25 de Março e Adjacências) instalou quatro câmeras na 25 e outras duas nas redondezas: uma na ladeira Porto Geral e outra na rua Cavalheiro Basílo Jafet.
A rua Oscar Freire, nos Jardins, que abriga lojas de grifes de luxo como Montblanc e Diesel, também deverá ganhar seu "Big Brother" particular em breve.
A diretoria da associação dos lojistas estuda orçamentos enviados por empresas especializas em segurança eletrônica para implantar o sistema na região. A instalação foi pedida pelas lojas, mas ainda não há prazo para começar.
"Nossa prioridade no momento é estender o projeto [de reforma das calçadas e aterramento da fiação, que teve sua primeira etapa concluída em dezembro do ano passado] a mais ruas. Assim que tivermos uma área maior, faremos um projeto de segurança amplo", diz a empresária Rosângela Lyra, diretora da Dior e presidente da Associação dos Lojistas da rua Oscar Freire.


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