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Segurança do Rio vai "muito bem", diz Cabral
Declaração do governador foi dada durante a posse de comandante da Força Nacional no Rio; Estado teve 57 PMs mortos neste ano
A 56 dias do Pan, o novo
comandante da Força
assume sem saber onde
ficarão alojados os 6.000
homens sob seu comando
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Em meio a incessantes tiroteios da Polícia Militar com traficantes do Complexo do Alemão, 57 PMs mortos este ano
-entre eles um segurança da
família do governador-, balas
perdidas e crimes como o assassinato do menino João Hélio Fernandes, 6, Sérgio Cabral
afirmou ontem duas vezes que
"as coisas estão funcionando
muito bem" na Segurança Pública do Estado e na parceria
com o governo federal na área.
Diante do ministro da Justiça, Tarso Genro, ele elogiou a
Polícia Federal, a "Operação
Navalha" e disse que a corporação nacional é exemplo e "estimuladora do trabalho" da Polícia Civil do Rio e de seu chefe,
delegado Gilberto Ribeiro.
Os louvores vieram também
do ministro Tarso Genro, segundo quem "o Rio reage em
todos os fronts e, com o governador à sua testa, passa a ser
símbolo republicano".
As declarações foram feitas
no Hotel Sofitel, em Copacabana, na passagem de comando da
Força Nacional de Segurança,
na presença de policiais e secretários de Segurança de todo
o país, reunidos para reunião
do seu Colégio Nacional.
Após repetir o novo aliado
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ao dizer "eu não tenho o
direito de errar", Cabral disse
que chamou um homem da PF,
José Mariano Beltrame, para
ser secretário de Segurança e
lhe deu "100% de liberdade para montar a equipe".
"As coisas estão indo muito
bem. Demos ao chefe de Polícia
toda a liberdade de ação, não há
sequer uma influência política
na escolha de comandante de
batalhão da PM e de delegado
em chefia", afirmou, diante de
policiais e secretários de Segurança Pública de todo o país.
As declarações elogiosas ao
governo federal aconteceram
mesmo com a relutância do
Planalto e das Forças Armadas
em serem empregadas no Rio,
apesar de sucessivos apelos de
Cabral desde janeiro.
Segundo o governador, "não
existe Rambo", apenas "trabalho consistente do Estado enfrentando a criminalidade".
As estatísticas do Instituto
de Segurança Pública contestam a tese de que "as coisas estão funcionando muito bem".
Mostram que em relação a
2006, a polícia fluminense matou 52% mais, prendeu 24%
menos em comparação com os
dois primeiros meses do ano
passado. Também apreendeu
15% menos drogas e 13% menos armas. Cresceram os casos
de bala perdida. Os homicídios
se mantiveram estáveis (1% a
mais que em 2006).
Houve, porém, melhora em
29 de 39 índices de criminalidade pesquisados, como roubos a residências (3%) e a veículos (14%), embora os assaltos
a transeuntes tenham aumentado 25%.
Força Nacional
A 56 dias do Pan, o novo comandante da Força Nacional,
coronel PM do Rio Luiz Antônio Ferreira, assumiu ontem
sem saber onde ficarão alojados os 6.000 homens sob seu
comando que virão para o Pan
nem quando receberá equipamento a ser usado nos Jogos.
O Exército rejeita receber os
policiais, e a PM tem área aberta, mas não estrutura para receber o contingente extra.
Nem o uso de barracas de lona de campanha foi descartado
para abrigar os homens. "Mas
provavelmente não [serão usadas], porque temos outras soluções", disse o coronel, que ia a
uma reunião ontem em que
trataria o assunto.
O ministro Tarso Genro
anunciou que até o fim da próxima semana chegarão ao Rio
mais 400 homens, subindo o
número total para 1.080.
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