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Afastamentos por corrupção podem chegar a 330
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo poderá afastar nos próximos dois meses cerca de 330 funcionários acusados de crimes, sobretudo corrupção. São servidores de vários
órgãos -principalmente administrações regionais, serviço funerário e saúde- que foram citados
em denúncias nos 15 meses de
existência da Ouvidoria e contra
os quais há indícios fortes, segundo o ouvidor, Benedito Mariano.
No total, 870 servidores foram
denunciados à Ouvidoria. Contra
420 deles as denúncias eram banais ou frágeis. Dos 450 que sobram, 50% são das regionais e
50% do resto da máquina. Retirados desse total os ex-servidores e
os que já sofreram punições pelo
ato irregular, sobram cerca de
330, segundo o ouvidor.
O afastamento é preliminar e
deve ser mantido enquanto durarem as investigações. A ordem para que o afastamento seja a medida adotada por todos os órgãos da
administração municipal direta e
indireta foi publicada ontem no
"Diário Oficial" do município pela prefeita Marta Suplicy (PT).
O decreto determina que os
funcionários sejam removidos
para outra unidade do mesmo órgão e que seus nomes não sejam
divulgados, limitando-se o "Diário Oficial" a informar o número
de seu registro e seu cargo. Aos
servidores, não cabe contestação.
Em casos extremos, caberá suspensão do investigado para garantir o andamento da apuração.
O primeiro lote
A primeira lista de funcionários
suspeitos será encaminhada hoje
pelo ouvidor ao secretário de Implementação das Subprefeituras,
Jilmar Tatto. Ela contém 118 nomes de funcionários das administrações regionais que figuram como suspeitos de corrupção em
apurações instauradas entre 1998
e este ano na Ouvidoria Geral, na
PGM (Procuradoria Geral do Município), na Polícia Civil e no Ministério Público -alguns dos órgãos que integram a Força-Tarefa
do Município. No ofício, Mariano
reforça a necessidade de afastamento preliminar dos servidores.
"A maioria deles é acusada de
cobrar propina. Mas o mais curioso é que a maioria não é fiscal. São
motoristas, ajudantes, engenheiros, arquitetos, contadores", diz
Mariano. "Pelo menos 20% têm
curso superior. Por tudo isso, o
termo "máfia dos fiscais" não é
mais adequado. Ele restringe a leitura do esquema de corrupção."
De acordo com o ouvidor,
quando foram denunciados, os
118 funcionários estavam espalhados por nove regionais. Com
os remanejamentos, podem hoje
estar nas 28 unidades. (SC e CG)
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