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SANTO ANDRÉ
Sandro Luiz, 24, estava na casa da namorada quando os militares que o escoltavam foram vítimas de suposto assalto
Dois seguranças de filho de Lula são baleados
ALESSANDRO SILVA
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois militares do Exército que
escoltavam um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Sandro Luiz, 24, foram baleados
ontem à noite na periferia de Santo André, na Grande São Paulo,
em um suposto assalto.
O crime ocorreu por volta das
19h45 na Alameda Calcutá, Vila
Metalúrgica, bairro residencial
onde mora a namorada do filho
do presidente. Sandro, que estava
dentro da casa com ela na hora do
ataque, nada sofreu.
Dois homens armados teriam
abordado os seguranças do filho
do presidente, que estavam na
rua, em pé, ao lado de um Astra
verde, alugado pela Presidência.
Segundo o assessor comercial
Sandro Blasquez, 32, que presenciou o suposto assalto a uma distância de 50 metros, os militares,
que estavam à paisana, foram
rendidos por dois homens. Ao revistar um dos militares, um dos
homens encontrou uma arma. O
segurança teria então se identificado como policial, levando de
imediato um tiro no rosto.
O outro militar teria corrido em
direção à esquina, sendo perseguido e baleado duas vezes pela
dupla de agressores. ""Foram muitos tiros", disse a testemunha.
Perto dali, a aposentada Aparecida Rodrigues Neto, 73, viu tudo,
paralisada de medo na calçada.
Ela estava indo à casa da namorada do filho do presidente buscar o
neto de 11 anos. "Só percebi que
era um assalto porque eles voltaram e pegaram o carro", disse.
Moradores ouviram 20 disparos. O subtenente do Exército Alcir José Tomazi, 35, foi baleado na
cabeça. O cabo Nivaldo Ferreira
dos Santos, 30, levou tiros na mão
e no tórax. Ambos foram levados
pela polícia a hospitais da região.
O primeiro estava internado ontem à noite em estado grave, e o
outro, fora de perigo.
O crime ocorreu meia hora depois de o filho do presidente chegar de carro com os militares. Ele
estava no quarto, arrumando as
malas da namorada para uma viagem quando ouviu a sequência de
tiros. Sandro pediu calma e levou
todos os que estavam na casa para
um dos quartos do sobrado.
Os dois homens fugiram levando o carro da escolta, localizado
minutos depois no bairro Utinga,
na mesma região da cidade. Ontem à noite, as polícias Civil e Militar realizavam operações no
ABC paulista para tentar prender
os envolvidos. Na fuga, a dupla teria roubado um segundo carro.
Filho do governador
Não foi o primeiro ataque a escoltas de parentes de autoridades
em São Paulo. Em outubro do ano
passado, dois PMs que faziam a
segurança do filho do governador
Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, 19, foram baleados
na Vila Mariana (zona sul de SP).
Assim como no caso do filho de
Lula, Thomaz estava na casa da
namorada, enquanto os seguranças esperavam no carro -um
Vectra-, estacionado em frente.
O PM Diógenes Barbosa Paiva,
38, levou dois tiros e morreu.
Adoniran Francisco dos Santos
Júnior, 29, foi atingido no pescoço, sobreviveu e reconheceu um
dos atiradores. A polícia concluiu
que houve tentativa de assalto e
prendeu quatro homens.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República abriu um inquérito policial
militar para averiguar o caso e
identificar os agressores, segundo
nota oficial divulgada ontem pela
assessoria do Palácio do Planalto.
O delegado seccional de Santo
André, George Henry Millard,
disse ontem que a ação não visava
o filho do presidente, mas o carro.
Vizinhos disseram à Folha que
a namorada de Sandro morava no
sobrado havia menos de um ano.
O Astra e os seguranças eram vistos com frequência ali.
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