UOL


São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PANORÂMICA

MEDICAMENTO IRREGULAR

Gel suspeito de cegar pacientes substituiu produto importado no Rio
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e a Santa Casa de Misericórdia do Rio passaram a usar o medicamento Methyl Lens Hypac 2% em operações de catarata em setembro do ano passado. Eles alegam que havia falta do gel usado originalmente, fabricado pela empresa norte-americana Alcon.
Fabricado no Brasil pelo laboratório Lens Surgical, o gel é suspeito de ter provocado cegueira em 12 pessoas que se submeteram a operações desse tipo, entre novembro e fevereiro.
No dia 4 de fevereiro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a apreensão do medicamento em todo o país e a interdição do laboratório, que funcionava irregularmente. O registro do Methyl Lens Hypac no Ministério da Saúde correspondia a outro produto, um cosmético.
No dia 16, a Mediphacos, distribuidora do medicamento, foi interditada pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio, por falta de alvará da prefeitura.
A direção dos hospitais diz que a troca de medicamentos foi decisão da Mediphacos e que tal procedimento é normal em casos de urgência causada pela escassez de um produto.
Soares confirma que passou a comprar produtos do Lens Surgical em setembro de 2002. Ele disse que tinha boas referências do laboratório.
"Entrei no hospital enxergando 50% no olho esquerdo, fiz a operação e hoje estou cega." Foi assim que a passadeira Leontina Viana Lopes, 64, resumiu o que aconteceu depois de se submeter a uma cirurgia de retirada de catarata na Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro.
(DA SUCURSAL DO RIO)


Texto Anterior: Irmãos mantêm pacto de silêncio por segurança
Próximo Texto: Choque na baía: Capitania apura se radar de barco funcionava
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.