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ENSINO SUPERIOR
Alunos e PMs entraram em confronto na região central de SP; reitores voltam a negar reajuste a grevistas
Estudantes invadem reitoria da Unesp
DA REPORTAGEM LOCAL
DAS REGIONAIS
Cerca de 40 estudantes invadiram na tarde de ontem a reitoria
da Unesp (Universidade Estadual
Paulista), na alameda Santos, na
região central de São Paulo.
Além da reposição do quadro
de professores, os alunos pedem
uma reunião com o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e reivindicam o aumento do repasse do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) para
as três universidades estaduais e
para o Centro Paula Souza.
O tumulto começou por volta
das 14h, quando cerca de cem estudantes tentaram entrar no prédio da reitoria, que era guardado
por dez policiais. Cerca de 40 alunos furaram o bloqueio. Houve
confusão, mas ninguém ficou ferido. Os alunos que conseguiram
entrar subiram então até o 17º andar, onde fica a sala do Conselho
Universitário da instituição. Cerca de cem estudantes se juntaram
aos que estavam do lado de fora.
Por volta das 18h, houve uma
tentativa de fazer a troca dos dos
cinco policiais que estavam no local por outros 12, o que gerou revolta nos estudantes, que tentaram impedir a substituição.
Dois estudantes que estavam
dentro do prédio passaram mal e
pediram para sair, mas queriam
ser substituídos por outros dois
alunos que estavam do lado de fora. A polícia tentou impedir e
usou gás pimenta. Ao menos um
aluno teve ferimentos leves na cabeça. Até as 23h, os estudantes
continuavam no prédio. Eles esperavam a confirmação de uma
audiência pública com o Cruesp.
Reajuste zero
O Cruesp (Conselho de Reitores
das Universidades Estaduais Paulistas) manteve proposta de reajuste zero na reunião de ontem,
em Campinas (SP), com o Fórum
das Seis -representante dos sindicatos das três universidades
paulistas (Unesp, USP e Unicamp) e do Centro Paula Souza.
Funcionários e professores da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da
USP (Universidade de São Paulo)
estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 26 de maio
e querem 16% de aumento.
Ontem pela manhã, funcionários da Unicamp realizaram uma
manifestação em frente à reitoria.
A concentração começou por volta das 11h30 e reuniu cerca de cem
manifestantes grevistas.
O STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) afirma que foi
apresentada ontem ao Cruesp
uma nova proposta de política salarial. A proposta prevê que, caso
a arrecadação de ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços) ultrapasse os R$ 31,2
bilhões esperados pelos reitores,
90% do valor excedente seja revertido em reajuste para a categoria e os 10% restantes sejam convertidos em custeio.
Na última reunião entre o
Cruesp e o Fórum das Seis, no dia
7 de junho, o Cruesp manteve o
reajuste zero, mas propôs uma
política salarial baseada na hipótese de aumento da arrecadação
de ICMS a partir de setembro.
Na próxima segunda, às 10h, haverá uma assembléia das três universidades para que a categoria
decida se continua ou não a greve.
Diretores do campus da USP de
Ribeirão Preto (SP) começaram
anteontem a passar listas pelas faculdades, pedindo os nomes dos
funcionários em greve. Segundo
André Ramos da Silva, 36, diretor
do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), o comando de
greve acredita que a medida visa
subsidiar um possível desconto
dos dias parados dos trabalhadores que aderiram à paralisação.
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