|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mortes no trânsito caem 6% em um ano de lei seca, diz governo
Levantamento leva em conta só 12 meses seguintes à implementação da legislação, em 2008
Regras para motorista embriagado completa dois anos neste fim de semana; dados de 2010 não estão disponíveis
DENISE MENCHEN
DO RIO
O total de mortes no trânsito caiu 6,2% nos 12 meses seguintes à implementação da
lei seca, que aumentou a restrição ao consumo de álcool
para motoristas, segundo balanço divulgado ontem pelo
Ministério da Saúde.
A lei completa dois anos
neste fim de semana, mas os
dados sobre o segundo ano
ainda não estão disponíveis
-o ministério utiliza como
base atestados de óbitos remetidos pelos Estados.
Nos 12 meses anteriores à
lei, de julho de 2007 a junho
de 2008, o número de mortes
no país chegou a 37.161.
Já nos 12 meses seguintes,
o total foi de 34.859 -ou
2.302 mortes a menos.
Segundo o Denatran (Departamento Nacional de
Trânsito), a frota de veículos
foi de 49,2 milhões em 2007
para 59,3 milhões em 2009.
Regionalmente, porém, os
resultados foram diversos. O
Sudeste, com melhor desempenho, teve queda de 10,6%
no número de vítimas, seguido por Sul (-7,5%), Nordeste
(-2,8%) e Centro-Oeste
(-0,3%). Já o Norte registrou
aumento de 2,6%.
O ministro José Gomes
Temporão ressaltou que as
diferenças evidenciam a necessidade de se implementar, em todos os Estados, a
fiscalização permanente da
lei. "O recado para os Estados
é: olhem para o Rio, façam
como o Rio", disse.
RIO
O Rio encabeça a lista dos
que mais reduziram as mortes -formada ainda por outros 15 Estados e o DF. A queda de 32% é atribuída à Operação Lei Seca, instituída pelo Estado em março de 2009,
que combina blitze com
ações de conscientização.
"Quando a lei foi criada,
houve redução significativa
nos primeiros quatros meses.
Depois, notou-se certo relaxamento. Por isso o Rio adotou ações todos os dias da semana", diz Carlos Alberto Lopes, porta-voz da operação.
Em São Paulo, que apresentou queda de 6,5%, o número de mortos nas rodovias
estaduais saltou 20% de janeiro a abril deste ano em relação ao mesmo período do
ano passado, como mostrou
a Folha na semana passada.
Temporão também destacou que uma pesquisa telefônica feita pelo ministério
com 54 mil pessoas mostrou
que, com a implementação
da lei seca, diminuiu o número daqueles que dirigem após
consumo abusivo de álcool.
O ministro ressaltou que,
entre os homens, essa prática
é muito maior do que entre as
mulheres. "A mulher tem o
papel importante de cobrar
do marido, do filho, do namorado, que eles não bebam
e, se beberem, não dirijam."
Texto Anterior: Diva Alencar Rodrigues (1919-2010): Suzana Rodrigues, uma arte-educadora pioneira Próximo Texto: Blitze mudam hábitos dos cariocas Índice
|