São Paulo, quinta, 19 de junho de 1997.



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CRIME NO TRÂNSITO
Três homens são presos em São Paulo acusados de possuir "escritório" de falsificação de documentos
Polícia descobre "filial" ilegal do Detran

OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local

Uma "filial" ilegal do Detran, capaz de falsificar qualquer tipo de documento de veículos, foi descoberta ontem por policiais da Divisão de Crimes de Trânsito.
Três pessoas foram presas e três carros com documentação irregular foram apreendidos.
A suposta quadrilha tinha duas "sedes", invadidas ontem de manhã pela polícia. Uma funcionava no bairro do Canindé (região central de São Paulo). A outra, no Itaim Paulista (zona leste).
Na primeira casa foram presos o advogado Paulo Henrique Guimarães Barbezane, 35, e o comerciante Edson dos Santos Cassador, 26. No Itaim, foi detido o motorista Amado Moreira Oliveira, 46.
Com os acusados, a polícia apreendeu dois computadores, três impressoras, um scanner, uma máquina de fotocópia e uma máquina de autenticação semelhante às utilizadas nas agências bancárias.
Nas duas casas, havia cerca de 30 carimbos idênticos aos usados pelo setor de vistoria do Detran e por cartórios de autenticação de documentos.
Também foram encontrados documentos de cerca de cem carros, talões de cheques e cartões de créditos roubados, dois revólveres e cédulas de identidade em branco.
O método
Segundo o delegado Arthur Moreira, titular da 1ª Delegacia de Crimes de Trânsito, Oliveira agia dentro do Detran, abordando pessoas que estavam nas filas, prometendo serviço mais rápido e barato.
Com os documentos dos veículos nas mãos, ele procurava Barbezane, considerado o "cérebro" da suposta quadrilha.
Utilizando computador, scanner, a máquina de autenticação bancária e os carimbos, ele falsificaria todo tipo de documentos de veículos e recibos de pagamentos de multas de trânsito, segundo Moreira.
"O serviço feito pela quadrilha era perfeito. É impossível diferenciar um documento autêntico de um falsificado por eles", afirmou.
O terceiro acusado, Cassador, foi preso por estar na casa do Canindé no momento da invasão e por ter tentado esconder documentos. Segundo a polícia, ele seria funcionário da suposta quadrilha.
A 'filial'
Outros quatro acusados de falsificação de documentos foram presos anteontem à noite em uma chácara em Ribeirão Pires (Grande São Paulo).
No local, existiam seis carros e um caminhão roubados. Moreira desconfia que exista conexão entre os presos de Ribeirão Preto e a suposta quadrilha de São Paulo.



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