|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂNCER DE MAMA
A taxa de resposta é de 60%, a maior já alcançada
Associação de drogas alcança taxa recorde de redução de tumor
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
Pesquisa norte-americana divulgada recentemente traz uma boa
notícia para mulheres que fazem
tratamento contra câncer de mama, tipo de tumor que mais atinge
o sexo feminino.
A combinação de duas drogas
que vinham sendo utilizadas como
terceira ou quarta opções dentre
todas as terapias existentes para
tratamento de câncer de mama revelou-se a mais eficaz na redução
do tumor.
O estudo foi comandado pelo
oncologista Jean-Marc Nabholtz,
do Instituto do Câncer de Edmonton, no Canadá, e seus resultados
foram anunciados em congresso
da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizado em maio,
em Atlanta (EUA). O estudo avaliou eficácia, segurança e sobrevida em 149 pacientes.
Uma substância descoberta recentemente, chamada docetaxel
(proveniente de pinheiros da Europa e EUA), combinada com o
antibiótico doxorrubicina -já
utilizado há 20 anos no tratamento
de câncer de mama-, resultou
numa taxa geral de resposta (redução do tumor) de 60% nas pacientes que participaram do estudo.
Essa é a maior taxa de resposta já
alcançada no tratamento de câncer
de mama.
A associação de drogas mais utilizada até então, a doxorrubicina
com ciclofosfamida, apresenta
uma taxa de resposta de 47%.
"Estatisticamente, essa diferença
é muito significante", diz o oncologista Adalberto Broecker Neto,
coordenador de um encontro de
oncologistas que ocorre hoje, em
São Paulo, para divulgar os principais assuntos discutidos no congresso de Atlanta.
A eficácia do docetaxel já havia
sido atestada por outros estudos,
mas os resultados agora anunciados trazem mudanças para o tratamento do câncer de mama, dizem
os médicos.
"Há duas décadas não se observavam resultados tão expressivos
em relação ao tratamento da doença", diz o oncologista Paulo Pizão,
professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A cada ano, surgem cerca de 32 mil novos casos da doença no Brasil.
País já usa
A associação docetaxel/doxorrubicina vem sendo usada no Brasil
há cerca de quatro anos, mas como
os estudos até então não apontavam tamanha eficácia, os médicos
só a usavam quando outras terapias não funcionavam.
"A partir de agora, essa combinação passa ser a primeira opção
dos médicos num tratamento quimioterápico", afirma Broecker
Neto.
As duas substâncias já são utilizadas em hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) que oferecem
tratamento quimioterápico, como
o Pérola Byington e o Hospital Brigadeiro, ambos em São Paulo.
Várias clínicas particulares também possuem as duas drogas quimioterápicas.
Outros estudos, ainda em fases
preliminares, sugerem que a associação dessas substâncias também
é eficaz para tratamento de câncer
de pulmão e próstata.
Texto Anterior: Carretas levam ensino ao interior do país Próximo Texto: HC atrasa remédio para transplantado Índice
|