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ADMINISTRAÇÃO
Subprefeituras, cuja implantação iniciará em 180 dias, prevêem de imediato 224 novas funções e alteração em 724
Criação de cargos custará R$ 1 milhão ao mês
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de a conclusão do novo
sistema estar prevista só para dezembro de 2004, as 31 subprefeituras de São Paulo já vão custar,
após a promulgação da lei, R$ 1,15
milhão a mais em salários por
mês aos cofres municipais.
O novo gasto é o cálculo da
transformação das funções de administrador regional em subprefeito, a criação de mais 224 cargos
de confiança sem necessidade de
concurso público e a flexibilização de mais 724 funções, segundo
o secretário da Implementação
das Subprefeituras, Jilmar Tatto.
Essa flexibilização significa a
transformação de uma função
destinada a funcionários concursados para indicados politicamente e também a eliminação de
alguns pré-requisitos exigidos de
cargos de confiança preenchidos
por concursados.
Os custos extras foram criticados pela oposição ontem pela manhã, durante a aprovação, em segundo turno, do projeto que cria
as subprefeituras. A proposta só
depende da promulgação pela
prefeita Marta Suplicy (PT).
Tatto afirmou ontem que a nomeação para os cargos será feita
logo após a promulgação da lei
(prevista para dentro de dez dias)
e será o próximo passo na implementação das subprefeituras.
Mas os resultados para o contribuinte serão lentos e gradativos.
Ele disse que tem 180 dias -ou
seja, até o final do ano- para
criar um cronograma de implantação e um organograma do novo
sistema. A implantação do sistema será concluída até dezembro
de 2004, segundo Tatto.
O que causou maior indignação
de oposicionistas foi a inclusão no
texto final da proposta, horas antes da segunda votação, da criação
de 217 coordenadores -sete por
subprefeitura, nas áreas de ações
sociais, educação, saúde, infra-estrutura urbana, projetos e obras
novas, planejamento urbano, administração e finanças.
O projeto das subprefeituras foi
enviado pela prefeitura à Câmara
em setembro de 2001. No mês seguinte, o Executivo pediu regime
de urgência -o que abrevia a tramitação-, mas a proposta não
foi priorizada nas votações.
Tatto afirmou, no entanto, que a
inclusão dos 217 cargos, anteontem à noite, não foi feita na última
hora. "Não tem sentido criar o
cargo de subprefeito e não dar
condições mínimas para viabilizar as subprefeituras", disse. Segundo Tatto, a "tese" das coordenadorias já existia na proposta
original e só foi melhor detalhada
no texto final.
Para o vereador Gilberto Natalini (PSDB), a história foi bem diferente. "Eles criaram novos cargos
e os distribuíram para acalmar os
rebeldes fisiológicos que não queriam votar os projetos da prefeitura", disse o vereador. "Já não é um
simples trem, é um trem bala da
alegria", disse Natalini.
Tatto disse não haver problema
na indicação política dos novos
cargos. "Você ganha a eleição e
exerce o poder com cargos políticos. É assim em qualquer esfera
política", afirmou o secretário.
Segundo a Secretaria de Comunicação, a publicação da lei no
"Diário Oficial" do município,
junto com a lista dos 31 subprefeitos, deve ocorrer em dez dias. De
acordo com Tatto e a própria secretaria, os 28 atuais administradores regionais devem ser confirmados como subprefeitos e outros três vão ser nomeados.
Leia a relação de vereadores que votaram a
favor do projeto na
Folha Online
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