São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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Mudança surpreendeu até petistas

MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As mudanças no projeto das subprefeituras, feitas em cima da hora, surpreenderam até mesmo vereadores do PT e arrastaram a sessão, que teve início na tarde de anteontem, até o final da manhã de ontem (mais de 18 horas).
A sessão ficou ainda mais conturbada com a divulgação da lista com o nome dos vereadores que, em troca do apoio à proposta, irão poder indicar pessoas nas futuras subprefeituras. A relação foi publicada ontem pela Folha.
Mesmo assim, a proposta foi aprovada por 32 votos a favor (quatro a mais do que o necessário) e apenas um contra, dado por Havanir Nimtz (Prona) -placar diferente do da última terça-feira, na primeira votação, quando a proposta foi aprovada por 45 dos 55 vereadores.
O atraso na apresentação do projeto final, que começou a ser discutido no início da tarde de anteontem, quando os vereadores já estavam em plenário, irritou os parlamentares. Alguns petistas ameaçaram não votar a proposta, alegando que não teriam tempo para se inteirar das mudanças.
A bancada ainda decidiu fazer uma reunião de emergência para discutir a divulgação da lista com o nome de vereadores beneficiados com a cessão de cargos. Com isso, a votação foi adiada por cerca de três horas.
Na reunião, segundo a Folha apurou, metade da bancada petista (oito vereadores) posicionou-se contra a votação do projeto, em represália à política do "é dando que se recebe". Mas, por um voto de diferença, foi aprovada a proposta de aprovar o projeto.
Mas, antes do início da votação, os vereadores do PSDB e Salim Curiati, do PPB, decidiram se retirar do plenário. Os tucanos tiraram paletós e gravatas em protesto (é proibido votar sem gravata).
Segundo os oposicionistas, o projeto votado ontem sofreu modificações após ser protocolado, o que seria contrário às normas. A bancada do PSDB ameaça, inclusive, ir à Justiça para anular a votação. O presidente da Câmara, José Eduardo Cardozo (PT), nega que isso tenha ocorrido.
Também na manhã de ontem, em votação simbólica, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) para 2003 foi aprovada pelos vereadores, permitindo o início do recesso dos parlamentares.
Antes de a sessão terminar, contudo, os vereadores trataram de adiar a volta ao trabalho em plenário. Um pedido apresentado pelos parlamentares cancelou a sessão marcada para o dia 1º de agosto, quando termina o recesso. A primeira sessão após as férias será realizada somente no dia 6.
A votação do Plano Diretor, uma das prioridades do governo Marta Suplicy (PT), ainda não tem data para acontecer.



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