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TRANSPORTE
Prefeitura tira exigência e empresas de ônibus não terão que trocar veículos convencionais por modelos maiores
Marta muda plano para reduzir resistência
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A administração Marta Suplicy
(PT) fez mudanças para diminuir
a resistência de empresas e trabalhadores ao novo modelo de
transporte coletivo de São Paulo,
que será implantado em julho de
2003 e cujas regras de licitação devem ser apresentadas no próximo
dia 31, em audiência pública.
Diferentemente do projeto inicial, as viações não serão obrigadas a substituir parte dos ônibus
convencionais, que podem transportar até 147 passageiros sentados e em pé, por ônibus articulados, com capacidade 35% superior, ou biarticulados, que podem
levar um número 70% maior.
"Será uma opção do empresário
a transformação dessa frota. Ele
só vai comprar os ônibus maiores
se ele quiser", afirma Ana Odila
de Paiva Souza, assessora técnica
da Secretaria dos Transportes.
Essa alteração está relacionada
aos recentes protestos de motoristas e cobradores, que destruíram parte do auditório Elis Regina, no Anhembi, e apedrejaram a
sede da SPTrans (São Paulo
Transporte) por temerem a redução da frota e do emprego.
A idéia defendida pelos técnicos
previa que as empresas que prestassem serviços nos grandes corredores viários fossem obrigadas
a aumentar os ônibus articulados,
dos atuais 335 para mais de mil,
no prazo de cinco a seis anos.
A substituição levaria a uma redução da frota e dos custos de
operação, mantendo a capacidade de transporte e melhorando a
eficiência dos grandes corredores
viários -com menos veículos, a
velocidade tende a ser maior.
Ela iria requerer mais investimentos dos empresários, já que
um veículo articulado chega a
custar o triplo de um convencional. As viações também teriam dificuldade de vender esse tipo de
ônibus após alguns anos -esse
modelo é restrito no mercado.
"Como a regra estava sendo
usada por empresários para colocar os trabalhadores em polvorosa, a gente vai deixar essa decisão
por conta deles", diz Ana Odila.
Com a mudança, a prefeitura
vai tomar como referência os modelos convencionais, que representam 84% da frota atual. Ou seja, vai exigir a mesma quantidade
de lugares disponibilizada hoje,
ficando a cargo da empresa decidir qual veículo implantar.
Sistema
O novo sistema vai estabelecer a
divisão da cidade em linhas de
ônibus estruturais, locais e centrais. A estimativa da prefeitura é
que a quantidade de baldeações
dispare devido ao fim dos trajetos
longos -hoje, 25% das viagens
são feitas em mais de um transporte, devendo subir para 48%.
As linhas estruturais vão circular nos grandes corredores viários, serão operadas pelas empresas de ônibus e terão uma tarifa
próxima de R$ 1,40, que dará direito a duas integrações com as linhas locais -sob responsabilidade dos perueiros, com tarifa próxima de R$ 1 e restritas aos bairros, com trajetos menores.
As linhas centrais serão as linhas locais do centro expandido
(com percursos reduzidos), mas
serão operadas pelas viações e terão a tarifa igual à das estruturais.
O passageiro também poderá
optar pela tarifa integrada, perto
de R$ 2, que dará direito a até cinco integrações em duas horas.
As baldeações da tarifa integrada e da tarifa estrutural terão regras próprias. Haverá um grupo
de linhas que serão consideradas
para a continuidade da viagem. O
passageiro não poderá pagar uma
só passagem para ir e voltar de um
lugar, por exemplo.
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