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Unicamp testa nova droga contra vírus
MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) anunciou ontem a integração com outros oito centros de pesquisa brasileiros na
última fase de testes da nova droga retroviral experimental T-20,
para o controle do vírus HIV.
Entre os centros estão a Universidade Federal da Bahia e o Hospital das Clínicas de São Paulo.
O programa está sendo desenvolvido há três anos pelos laboratórios Roche Holding AG, da Suíça, e Trimeris Inc, dos Estados
Unidos, e envolve 112 centros de
pesquisa de 12 países, com aproximadamente mil pacientes.
A droga tem previsão para entrar no mercado mundial em
2003. Para o Brasil, a previsão é de
distribuição em 2004.
"Estamos trabalhando desde a
última terça-feira com cinco pacientes da universidade. Nossa
previsão é de trabalhar com 20 já
nas próximas semanas", disse o
pesquisador e médico infectologista Wilian Barros de Abreu, 41.
O Centro de Tratamento de
Doenças Infecto-contagiosas da
Unicamp atende hoje a 700 pessoas portadoras do vírus. Dessas,
apenas 5% poderiam se candidatar aos testes. Só entram no programa pessoas consideradas
"multifalidas", que já passaram
por todas as 16 drogas existentes
para o combate à doença e já não
respondem a esses tratamentos.
A diferença entre o que já está
sendo utilizado e o futuro produto dos testes é o alvo da droga no
combate ao vírus.
O método existente atua nas enzimas transcriptose reversa e proteose, que funcionam como ativadoras do processo de reprodução
do vírus nas CD4 (células de defesa) do organismo. O T-20 impede
que o vírus penetre nas CD4 para se multiplicarem. Com o bloqueio
de entrada, os vírus ficam ligados às células e acabam destruídos.
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