São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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Unicamp testa nova droga contra vírus

MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) anunciou ontem a integração com outros oito centros de pesquisa brasileiros na última fase de testes da nova droga retroviral experimental T-20, para o controle do vírus HIV.
Entre os centros estão a Universidade Federal da Bahia e o Hospital das Clínicas de São Paulo.
O programa está sendo desenvolvido há três anos pelos laboratórios Roche Holding AG, da Suíça, e Trimeris Inc, dos Estados Unidos, e envolve 112 centros de pesquisa de 12 países, com aproximadamente mil pacientes.
A droga tem previsão para entrar no mercado mundial em 2003. Para o Brasil, a previsão é de distribuição em 2004.
"Estamos trabalhando desde a última terça-feira com cinco pacientes da universidade. Nossa previsão é de trabalhar com 20 já nas próximas semanas", disse o pesquisador e médico infectologista Wilian Barros de Abreu, 41.
O Centro de Tratamento de Doenças Infecto-contagiosas da Unicamp atende hoje a 700 pessoas portadoras do vírus. Dessas, apenas 5% poderiam se candidatar aos testes. Só entram no programa pessoas consideradas "multifalidas", que já passaram por todas as 16 drogas existentes para o combate à doença e já não respondem a esses tratamentos.
A diferença entre o que já está sendo utilizado e o futuro produto dos testes é o alvo da droga no combate ao vírus.
O método existente atua nas enzimas transcriptose reversa e proteose, que funcionam como ativadoras do processo de reprodução do vírus nas CD4 (células de defesa) do organismo. O T-20 impede que o vírus penetre nas CD4 para se multiplicarem. Com o bloqueio de entrada, os vírus ficam ligados às células e acabam destruídos.



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