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CASO SHELL
Empresa deverá adotar medidas preventivas no máximo até agosto
Ar da Vila Carioca será monitorado
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Cetesb (agência ambiental do
governo paulista) e a Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas) fecharam convênio para
fazer a medição de poluentes no
ar da região da base de estocagem
de combustíveis da Shell na Vila
Carioca (zona sul de São Paulo).
A decisão foi motivada por reclamações dos vizinhos à unidade. Eles afirmam sentir forte cheiro de gasolina. O fato foi comprovado in loco por técnicos da Cetesb, que querem confirmar se há
vapores orgânicos tóxicos (como
benzeno e seus derivados) na atmosfera e em qual concentração.
Além de causar mal-estar, o
cheiro de combustível pode indicar ainda um risco de explosão.
A base da Vila Carioca é o cenário da maior contaminação registrada no município de São Paulo.
O local (cerca de 180 mil m2) apresenta o subsolo e as águas subterrâneas poluídos por pesticidas e
hidrocarbonetos tóxicos. O problema ultrapassou os muros da
empresa e atingiu o lençol freático
da área residencial vizinha.
Denunciado em 1993, o caso é
alvo de uma ação civil pública,
movida pela Promotoria de Meio
Ambiente da Capital, que estima
em até 30 mil o número de pessoas que podem estar atingidas.
Como o processo de detecção
de uma eventual contaminação
do ar é demorado, medidas preventivas já foram exigidas à Shell,
que tem até o início do próximo
mês para colocá-las em prática.
A empresa terá de instalar tetos
flexíveis nos seus 36 tanques fixos
-de modo a reduzir ao máximo
a evaporação dos combustíveis-
e captar e condensar novamente
os vapores que se formam no momento de abastecimento dos caminhões que distribuem o combustível para os postos.
Outra preocupação dos moradores a ser checada diz respeito à
terra que está sendo retirada de
uma antiga área administrativa
da base, onde foram enterradas
borras de pesticidas. A população
teme que os poluentes possam
entrar em suspensão no ar e que a
remoção do solo contaminado
acarrete deslizamentos, colocando em risco as casas vizinhas.
Para tranquilizar a população
sobre o caso, a Cetesb divulgará
boletins periódicos.
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