DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Quando fez 14 anos, E., hoje com 15, ganhou do padrasto um Monza 83. Depois de alguns meses, o automóvel foi trocado por uma motocicleta e por um revólver. Na última terça-feira, um tiro da arma matou sua irmã Angélica, de 14 anos.
E. foi detido na tarde de anteontem e confessou o crime. O adolescente disse que estava irritado por Angélica ter escondido dele que sua namorada o havia traído. Afirmou que só queria ameaçá-la, mas que a arma disparou enquanto brincava com o gatilho.
O crime ocorreu na casa da família, de cinco cômodos, em Guaianazes (zona leste). Onze pessoas viviam no local, incluindo os pais, os avós, o irmão e os namorados de Angélica e de E.
M.S.L., 29, que vendeu a arma ao menor, também morava com a família. Ele foi indiciado por corrupção de menores e co-autoria no crime.
O garoto foi encaminhado à Febem e responderá por homicídio doloso (com intenção de matar).
Na noite anterior ao crime, E. havia ouvido de Edna, 19, com quem namorava, que havia "ficado" com um antigo namorado duas noites antes. "Ela tinha ido ao bar com minha irmã."
Na manhã seguinte, E. foi conversar com Angélica de revólver em punho. "Eu tinha tirado as balas", disse. Os dois irmãos combinaram de ir à casa do ex-namorado de Edna.
E. recarregou a arma e, segundo ele, ficou brincando de puxar e soltar o gatilho, quando o revólver disparou e atingiu Angélica. No interrogatório, ele afirmou que já havia usado a arma em assaltos.


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