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JUSTIÇA
Governo criou coordenadoria nacional; SP será o 1º Estado visitado, devido a denúncias na zona leste da capital
Militante de direitos humanos terá proteção
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal decidiu estabelecer uma coordenadoria nacional especialmente para proteger os defensores dos direitos humanos. A idéia surgiu de um grupo de trabalho criado no início de
maio pelo secretário nacional de
Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e deve ser oficializada na
próxima segunda-feira.
Entre os defensores de direitos
humanos ameaçados estão líderes sociais, advogados, promotores e juízes, por exemplo. Atualmente, o Brasil responde em
Washington, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos
da OEA (Organização dos Estados Americanos), a 12 casos de
ameaças a defensores.
De acordo com Pedro Montenegro, chefe da Ouvidoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, pessoas que atuam nessa
área e estiverem sob ameaças agora poderão recorrer à coordenadoria. O órgão terá mecanismos
para proteger o ameaçado e será
vinculado diretamente ao Conselho de Direitos da Pessoa Humana -a instância mais alta desse tipo de assunto no país.
A coordenadoria é vital porque,
ao defender esses militantes, evita
que tenham de entrar em programas de proteção a testemunhas.
"Isso deve ocorrer só em última
instância, porque significa impedir o defensor de exercer sua função", diz Montenegro.
Inicialmente, serão criadas
coordenadorias regionais em seis
Estados, para depois expandir a
rede pelo país. Os primeiros serão
São Paulo, Pará, Tocantins, Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo. Em cada um, deve haver três
representantes: um do Poder Executivo, um do Ministério Público
e um da sociedade civil.
A primeira visita da coordenadoria nacional será a São Paulo,
em uma missão com dois objetivos: instalar a seção regional no
Estado e discutir um caso concreto de denúncias de abusos policiais na zona leste da capital.
Ontem, uma advogada do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Sapopemba (zona leste de
SP) esteve em Brasília para discutir o problema da região. Valdênia
Aparecida Paulino relata que tem
sofrido constantes ameaças de
morte desde que começou a denunciar "prisões ilegais, invasões
de casas, tortura e extorsão".
Ela afirma que, depois que os
moradores começaram a reconhecer os agressores, que seriam
policiais, passaram a sofrer novas
ameaças. Aparecida disse ter recebido recado de que "está fazendo
hora extra aqui na Terra", mas
agora terá proteção da Polícia Federal em sua tarefa.
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