São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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Casal é suspeito de "prender" jovem por mais de 20 anos

Polícia diz que garota, hoje com 24, pode ter sido tirada dos pais ainda bebê

Policiais chegaram até os dois suspeitos após receberem informação sobre o sequestro de uma outra criança

SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

Uma jovem de 24 anos suspeita de ter sido sequestrada ainda bebê por um casal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, era mantida sob efeito de remédios e só saía de casa acompanhada, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais.
A jovem, identificada como Natália, foi resgatada pela polícia na terça e está sob cuidados médicos em local sigiloso. Ela não foi ouvida. A polícia chegou até Natália ao investigar o sequestro de uma menina de sete anos, no dia 7. A criança foi libertada após divulgação de retrato falado da sequestradora.
As investigações levaram até a dona de casa Neli Maria Neves, 53, e o policial militar aposentado Jair Narcizo de Lacerda, 65, presos na terça-feira sob suspeita de sequestrar a menina de sete anos.
A Polícia Civil diz que o casal já havia registrado a criança como filha legítima em um cartório de São Joaquim de Bicas (MG). Diz também que eles registraram Natália como filha legítima, no mesmo cartório, anos atrás. Segundo o juiz Gilson Soares Lemes, do Tribunal de Justiça de MG, serão apuradas eventuais irregularidades no registro de Natália.

FILHA DA TIA
Em depoimento à polícia, Neli disse que Natália é filha de uma tia que deu a menina para ela criar. O marido de Neli foi ouvido ontem, mas disse que só falaria em juízo.
Algumas testemunhas confirmam a versão à polícia. Outras, no entanto, disseram que Neli tirou Natália à força da tia e a ameaçava de morte se ela revelasse o caso.
Os supostos pais biológicos de Natália já morreram. O casal é investigado sob suspeita de sequestro e cárcere privado de Natália, que, mesmo nestas condições, concluiu o ensino médio.
A polícia diz que Neli foi condenada em 1984 por matar o ex-marido. Ainda de acordo com a polícia, o casal confessou ter sequestrado a menina de sete anos.
Neli, diz a polícia, usava o nome de Natália para adquirir bens. Não há detalhes do suposto esquema.
A Folha não conseguiu falar com os advogados do casal, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça. A polícia aguarda avaliação médica para saber se Natália tem deficiência mental ou se passou muito tempo sob efeito de remédios. Em depoimento, Neli disse que ela toma remédios porque tem problemas mentais.

Colaborou RENATO RIOS NETO


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