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Da feirante à prostituta, lógica é se manter acessível e ter lucro
da Reportagem Local
O público com menor poder
aquisitivo com frequência tem no
celular um instrumento de trabalho. A telefonia móvel ocupa o espaço do aparelho fixo, ainda distante de atender à demanda, e torna o profissional acessível.
A relação entre celular e ganhos
está presente, por exemplo, na rotina de Keite, uma paranaense de
20 anos "que poderá te levar ao
êxtase", segundo classificado colocado por ela, com fotos, num site da Internet.
Prostituta há seis meses, ela diz,
em entrevista pelo celular, que é
por seu aparelho que é contatada
por 8 em cada 10 clientes.
Esse telefone, que possui há três
meses apenas, também é para ela
sinônimo de segurança. É impossível, pelo número, conhecer seu
bairro ou seu endereço, o que a
protege contra jovens arruaceiros.
Encomendas
Ângela Souza, 45, está num ramo de atividades bem diverso. É
feirante. Possui uma grande barraca de frangos com seis empregados. Ela tem celular há seis anos
e o usa para falar com o frigorífico, seu fornecedor e, sobretudo,
para receber encomendas.
"Sem esse telefone meu faturamento seria 30% menor e eu deixaria de atender à metade de
meus fregueses", diz ela.
No Jardim Nalice, na zona leste,
Francisco Mateus da Silva, 49, é
dono de uma serralharia. Tem celular há apenas oito meses. A razão: "Os clientes me acham com
mais facilidade".
Quem também usa o aparelho
para obter maior rendimento do
trabalho é João Cruz, 49, perueiro
na zona leste paulistana. Ele faz o
trajeto Cohab Juscelino-Guaianases. É pelo celular que seus clientes o contatam para fretes -geralmente grupos que o procuram
para um churrasco no interior ou
um banho de mar.
(JBN)
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