São Paulo, Domingo, 19 de Setembro de 1999
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Da feirante à prostituta, lógica é se manter acessível e ter lucro

da Reportagem Local

O público com menor poder aquisitivo com frequência tem no celular um instrumento de trabalho. A telefonia móvel ocupa o espaço do aparelho fixo, ainda distante de atender à demanda, e torna o profissional acessível.
A relação entre celular e ganhos está presente, por exemplo, na rotina de Keite, uma paranaense de 20 anos "que poderá te levar ao êxtase", segundo classificado colocado por ela, com fotos, num site da Internet.
Prostituta há seis meses, ela diz, em entrevista pelo celular, que é por seu aparelho que é contatada por 8 em cada 10 clientes.
Esse telefone, que possui há três meses apenas, também é para ela sinônimo de segurança. É impossível, pelo número, conhecer seu bairro ou seu endereço, o que a protege contra jovens arruaceiros.

Encomendas
Ângela Souza, 45, está num ramo de atividades bem diverso. É feirante. Possui uma grande barraca de frangos com seis empregados. Ela tem celular há seis anos e o usa para falar com o frigorífico, seu fornecedor e, sobretudo, para receber encomendas.
"Sem esse telefone meu faturamento seria 30% menor e eu deixaria de atender à metade de meus fregueses", diz ela.
No Jardim Nalice, na zona leste, Francisco Mateus da Silva, 49, é dono de uma serralharia. Tem celular há apenas oito meses. A razão: "Os clientes me acham com mais facilidade".
Quem também usa o aparelho para obter maior rendimento do trabalho é João Cruz, 49, perueiro na zona leste paulistana. Ele faz o trajeto Cohab Juscelino-Guaianases. É pelo celular que seus clientes o contatam para fretes -geralmente grupos que o procuram para um churrasco no interior ou um banho de mar. (JBN)


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