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URBANISMO
Governo do Estado cede e aceita projeto da prefeitura que prevê construção de avenida em linha desativada da CPTM
Acordo permite extensão da Radial Leste
PALOMA COTES
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após dois anos de desentendimentos, e às vésperas da eleição, o
governo do Estado e a Prefeitura
de São Paulo fecharam um acordo
que permitirá a extensão viária da
Radial Leste, a mais importante ligação entre a zona leste e o centro
da cidade.
O acordo prevê a cessão, para o
município, da área de uma linha
desativada da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), onde a extensão da avenida será feita, ligando Itaquera a
Guaianazes.
O anúncio do acerto foi feito ontem pela prefeita Marta Suplicy
(PT) e pelo secretário estadual dos
Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, depois de uma
manifestação de mais de 400 moradores da região de Itaquera.
Estado e prefeitura estavam em
desacordo sobre a utilização da
área desde a desativação de parte
da rede ferroviária da zona leste,
há mais de dois anos.
Alckmin, governador e candidato à reeleição pelo PSDB, queria
utilizar a área, de 8,7 km de extensão, em um projeto misto: haveria
ampliação do sistema viário, com
a ligação entre o bairro de Itaquera e a avenida Jacu-Pêssego, mas
também a instalação de conjuntos
habitacionais e centros de esporte. Já o projeto da prefeitura, que
foi aceito, prevê que um a avenida
ocupe todos os 8,7 km da linha
desativada.
A obra, mais os prolongamentos das avenidas Jacu-Pêssego,
Água Espraiada e da marginal Pinheiros, já estava prevista no Plano Diretor, sancionado por Marta
na última sexta-feira.
A prefeita não estabeleceu um
prazo para o início das obras
-que custarão cerca de R$ 90 milhões-, mas disse que pretende
terminá-las até o final de 2004.
A pista terá capacidade para 13
mil veículos/hora. A ligação entre
os dois bairros, que hoje é feita em
35 minutos, levaria menos de dez.
As negociações para a extensão
da Radial Leste estavam paradas
por causa de um impasse. Em julho, Fernandes disse que não abriria mão do projeto feito pelo Estado "de jeito nenhum".
Essa foi a resposta do secretário
à atitude da prefeita, que havia pedido, em uma reunião com moradores, "uma vaia" para os governos federal e estadual. Ontem, os
dois mudaram o tom do discurso
e trocaram elogios.
"Ficamos numa sinuca de bico.
De um lado, faltavam vias de acesso na região. De outro, equipamentos públicos. E, de tudo isso, o que mais faltava era um diálogo entre as partes. O governador definiu a questão: que seja feita toda a via que vocês estão precisando",
disse Fernandes, discursando para os manifestantes.
Já Marta pediu aplausos para o governo Alckmin. "A luta de vocês sensibilizou o governador. Ele está de parabéns".
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