São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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URBANISMO

Governo do Estado cede e aceita projeto da prefeitura que prevê construção de avenida em linha desativada da CPTM

Acordo permite extensão da Radial Leste

PALOMA COTES
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após dois anos de desentendimentos, e às vésperas da eleição, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo fecharam um acordo que permitirá a extensão viária da Radial Leste, a mais importante ligação entre a zona leste e o centro da cidade.
O acordo prevê a cessão, para o município, da área de uma linha desativada da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), onde a extensão da avenida será feita, ligando Itaquera a Guaianazes.
O anúncio do acerto foi feito ontem pela prefeita Marta Suplicy (PT) e pelo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, depois de uma manifestação de mais de 400 moradores da região de Itaquera.
Estado e prefeitura estavam em desacordo sobre a utilização da área desde a desativação de parte da rede ferroviária da zona leste, há mais de dois anos.
Alckmin, governador e candidato à reeleição pelo PSDB, queria utilizar a área, de 8,7 km de extensão, em um projeto misto: haveria ampliação do sistema viário, com a ligação entre o bairro de Itaquera e a avenida Jacu-Pêssego, mas também a instalação de conjuntos habitacionais e centros de esporte. Já o projeto da prefeitura, que foi aceito, prevê que um a avenida ocupe todos os 8,7 km da linha desativada.
A obra, mais os prolongamentos das avenidas Jacu-Pêssego, Água Espraiada e da marginal Pinheiros, já estava prevista no Plano Diretor, sancionado por Marta na última sexta-feira.
A prefeita não estabeleceu um prazo para o início das obras -que custarão cerca de R$ 90 milhões-, mas disse que pretende terminá-las até o final de 2004.
A pista terá capacidade para 13 mil veículos/hora. A ligação entre os dois bairros, que hoje é feita em 35 minutos, levaria menos de dez.
As negociações para a extensão da Radial Leste estavam paradas por causa de um impasse. Em julho, Fernandes disse que não abriria mão do projeto feito pelo Estado "de jeito nenhum".
Essa foi a resposta do secretário à atitude da prefeita, que havia pedido, em uma reunião com moradores, "uma vaia" para os governos federal e estadual. Ontem, os dois mudaram o tom do discurso e trocaram elogios.
"Ficamos numa sinuca de bico. De um lado, faltavam vias de acesso na região. De outro, equipamentos públicos. E, de tudo isso, o que mais faltava era um diálogo entre as partes. O governador definiu a questão: que seja feita toda a via que vocês estão precisando", disse Fernandes, discursando para os manifestantes.
Já Marta pediu aplausos para o governo Alckmin. "A luta de vocês sensibilizou o governador. Ele está de parabéns".


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